Cícero derruba um

POR LAERTE CARQUEIRA

Do Jornal da Paraíba

(Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
(Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O senador Cícero Lucena (PSDB) já disse aos mais próximos que não deseja ser candidato a deputado federal. Há quem diga que seja apenas um forma de se vitimizar e reaparecer com toda força dramática dos guerreiros que renascem das cinzas depois da traição e do abandono. E, apesar de soar forte a possibilidade de ser um dos cabeças da campanha do presidenciável Aécio Neves (PSDB), há boas chances dele anunciar, nas próximas horas, que vai concorrer a uma vaga na Câmara Federal.
Quem não deve estar gostando nada disso são alguns candidatos da coligação “A vontade do povo”. Antes de citá-los, registramos que uma articulação já estaria pronta para encaixar Cícero na lista de candidatos, depois da renúncia de alguém, que só entrou para garantir a vaga. O fato é que como candidato a federal, o senador vai, de acordo com as projeções eleitorais, fazer algum aliado sobrar na curva e a possibilidade disso, tem feito alguns tremerem na base.

Nas contas de alguns articuladores, a coligação do candidato Cássio Cunha Lima (PSDB) deve eleger seis deputados federais, das 12 vagas. Estão no topo da lista: Pedro Cunha Lima (PSDB), Wellington Roberto (PR), Aguinaldo Ribeiro (PP), Wilson Filho (PTB), Benjamim Maranhão (SDD) e Rômulo Gouveia (PSD). Claro que “divertidas” surpresas devem acontecer. Sem contar com as reviravoltas, é o que nos temos.
Mas, quando alguém abrir vaga para Cícero – que tem uma boa votação na capital e que vai cobrar as promessas feitas por Cássio e Ruy para aumentar ser capital eleitoral– um desses candidatos, citados acima, corre sério risco de ficar de fora. Ele pode derrubar um. Por isso, alguns, inclusive de outras coligações, preferem ele de fora. O senador adiou o pronunciamento sobre o futuro político, mas não tem lá muito tempo e opção. A coordenação da campanha de Aécio é o caminho mais fácil. Já entrar na disputa requer fôlego, dinheiro e vontade. Por outro lado, pode garantir um mandato, algo essencial para um político na situação dele que, se não se aliar ao povo novamente, não será apenas escanteado, será esquecido.
Adesivo
Cícero deixou que colocassem o adesivo do candidato ao Senado, Lucélio Cartaxo (PT), no seu carro. Mas há quem diga que a preferência dele é por José Maranhão (PMDB). Foi só agito. Mas, tudo muda.

Não vai
O apoio de Cícero só não vai para Wilson Santiago (PTB), que assumiu a vaga que ele desejou e lutou até o fim para ter.

Na disputa
Se não nascer surpresas, Veneziano, Hugo Mota e Manoel Júnior – todos do PMDB – têm boas chances de vencer a disputa a federal. Mas sem o PT, Manoel deve ter trabalho.

Cogitados
Do PT, o deputado federal Luiz Couto tem boa margem. Da coligação “A força do trabalho” estão na frente, nas projeções, Efraim Filho (DEM), Damião Feliciano (PDT). Mas sem o PMDB, Couto corre riscos.
Plano B

Os ventos sinalizam que o candidato à reeleição, o governador Ricardo Coutinho (PSB), já monta um plano B, caso perca na justiça seu candidato ao Senado do PT, Lucélio Cartaxo. O ex-secretário do governo, Efraim Morais (DEM), está cada vez mais presente nas “andanças” do governador pelo estado. Ele seria a opção.


Dedicação

Dizem por aí que nem quando era secretário, Efraim se dedicava tanto a esses eventos. Ele pode assumir a vaga para senador se a aliança com o PT for barrada no TRE.

Nova candidatura
Já está no site do TRE o registro da nova candidatura ao Senado: a de Gilson Ferreira (PCO). Gilberto Ferreira e Miguel Ferreira são os candidatos a primeiro e segundo suplente.

Com Vital
Deve chegar nas mãos da cúpula do PMDB, no fim de semana, uma pesquisa de consumo interno. Vai ser o termômetro para saber como está o cenário com Vital (PMDB) e depois do registro de candidaturas.

Tese pronta
A assessoria jurídica de Cássio (PSDB) – Delosmar Mendonça, Harrison Targino e Fábio Andrade – já está com todas as teses prontas para defender a elegibilidade.

Robustas
A principal é a de que o prazo de condenação começou a valer no primeiro turno da eleição. Eles já tem decisões robustas do TSE para argumentar, inclusive, algumas do próprio processo que condenou Cássio.

Mistura?
Janduhy Carneiro (PTN) fechou com Cássio e não abre. Mas não peça para ele uma dobradinha com Wilson Santigo. Para o senado, ele não abre mão de ir com Maranhão. Mistura ? Não mais.

Salada
Essa “salada” será comum. Em algumas cidades do interior, várias lideranças apóiam Cássio, mas declaram apoio a Maranhão. Isso estaria acontecendo na cidade de Sousa, por exemplo.

Nada feliz
Wilson Santiago parece que não está nada satisfeito com essa configuração. Ela se fortalece em alguns municípios.