Por Laerte Cerqueira

Nas próximas horas, novas pesquisas de opinião chegam às nossas mãos e será possível perceber com mais clareza se o fogo da presidenciável Marina Silva (PSB) é de álcool, gasolina, palha ou se é capaz de produzir brasas. O programa eleitoral dela ainda é o único que não tem a sofisticação e a plástica marqueteira e sofre com o tempo reduzido. Ainda não conseguiu unir propostas, mirar nas críticas e acalmar os ânimos de quem ainda tem muitas dúvidas sobre a postura da possível presidente. A imprensa trata de escancarar os pensamentos dela sobre política econômica e internacional, agronegócio, religião, geração de energia, de emprego e renda. Passada a comoção da morte de seu parceiro, Eduardo Campos, é a sua forma de encarar esses temas que deve determinar o tamanho da sua chama.

A primeira impressão é que a sua história fundamentalista, irredutível e radical em alguns aspectos pode ser um entrave na corrida para deixar Aécio (PSDB) para trás e sonhar com um segundo turno. A classe média esclarecida tem nela, por enquanto, a esperança de não ver a ascensão do PSDB e a continuidade do PT. Mas, para conseguir manter esse voto firme, precisa mostrar jogo de cintura e provar que não é uma aventureira. Mais do que isso, convencer que não é só uma militante das causas ambientais, mas que sabe equilibrar essas questões com desenvolvimento econômico, com a indústria, com a geração de emprego, com o interesse dos investidores internacionais e o desejo de consumo, igualdade e mais qualidade de vida dos brasileiros.

Marina vai precisar provar que não é seu objetivo empurrar de goela abaixo seu pensamento religioso e sua forma de encarar as questões polêmicas da sexualidade, aborto, drogas.

Ameaçado de perder o segundo lugar, o presidenciável Aécio Neves começa a jogar essa suposta insegurança que Marina pode trazer se ascender à polarização com Dilma. Já fala em mudança mais segura. Mudança sem desconfiança. Quer deixar claro que ele é uma transformação, mas mantendo as bases já existentes, sem aventuras. O destino colocou PT e PSDB na mesma torcida: querem que o fogo de Marina seja de palha. É bom para Aécio conseguir chegar ao segundo turno. É bom para Dilma porque numa possível segunda etapa, a batalha com a ex-seringueira será mais difícil.

Vitória
O candidato ao governo da PB pelo PSDB, Cássio Cunha Lima, venceu uma primeira batalha, em Brasília, com o parecer da Procuradoria Geral Eleitoral.

Procurador 
O procurador-geral Eugênio José Guilherme de Aragão entendeu que o tucano é elegível. Cássio já tinha vencido aqui no TRE, mas os adversários recorreram.

A ação
A ação foi impetrada pela Coligação ‘A Força do Trabalho’ e o relator do processo no STF é o ministro Gilmar Mendes. O MPE-PB também quer a inelegibilidade.

Resolve
Para Cássio, o parecer não só contribui no entendimento da corte (TSE), como parece resolver. “Não só ajuda, resolve definitivamente, já que é o autor da ação”.

Declaração
Peemedebista, mas nem tanto. O vereador de JP, Mangueira, declarou aos quatro ventos que apoia a candidatura de Lucélio Cartaxo (PT) ao Senado.

Crítica
O vereador do PMDB tem dito que se convenceu que o ex-governador José Maranhão (PMDB) é uma espécie de retrocesso na política paraibana.

Estancando boatos 
O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), foi rápido ontem. Nas declarações, tratou de apagar o fogo e estancar os boatos de que a relação PT-PSB está estremecida. “Tem muita gente tentando criar problemas e atritos”, disse. O fato é que tem muito fogo amigo e se o prefeito não ativar os bombeiros pode virar incêndio.

Marcante
Ontem, o presidente da AL, deputado Ricardo Marcelo (PEN), candidato à reeleição, viveu um dos momentos mais marcantes da campanha: a inauguração do comitê em Belém.

Raízes 
A cidade foi “criada” pelo pai do deputado, João Gomes de Lima, e todas as suas referências e raízes políticas estão por lá. Quando chega, faz um arrastão.

Apoios
Na contabilidade dos apoios, o deputado Efraim Filho (DEM) garante que já tem 26 prefeitos com ele. Ontem, as reuniões foram com os de Paulista, Fagundes e Montadas.

Preparação
O candidato a federal Wilson Filho tem negado, mas a retirada está sendo preparada. Ontem, o TRE aprovou o registro de candidatura do irmão mais novo William Santiago (PTB).

Espera 
Ele substitui o ex-candidato e cantor Genival Lacerda (PTB), que teve o registro indeferido. A candidatura de Wilson foi negada pelo TRE e ele espera decisão do TSE.