O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) declarou, nesta quarta-feira (23), que o PSDB vai ter que escolher entre a sua candidatura a governador ou a do senador Cícero Lucena a reeleição. Cássio afirmou que na atual conjuntura política da Paraíba não há como os partidos lançarem chapas majoritárias ‘puro-sangue’, com o candidato a governador e o a senador. Segundo ele, é preciso abrir espaços para outras legendas.
“É minha visão política, estou raciocinado, não estou fazendo política com o estômago e sim com a cabeça. Já foi o tempo que tínhamos hegemonia política para formar chapa partidária. O senador Cícero tem o direito legítimo de ser candidato, mas não vejo como algo viável. É preciso que o partido analise quais são as possibilidades de disputa real se o partido ficar no isolamento”, afirmou.
“O partido vai decidir se quer ter um candidato a governador, ou a senador. Eu não vou ser problema. Se o partido priorizar a candidatura ao Senado não tenho dificuldade de continuar meu mandato no Senado Federal. Se o partido optar por priorizar o espaço para o Senado, não tenho problema em acatar”, acrescentou.
Cássio também admitiu a possibilidade do deputado federal e presidente estadual do PSDB, Ruy Carneiro, compor a chapa majoritária do partido, na condição de vice-governador, como se especula nos bastidores da política paraibana. Comenta-se que Ruy seria o vice de Cássio por questões estratégicas, pois assim o PSDB atrairia mais partidos, que seriam contemplados com o espólio eleitoral de Ruy, para sua coligação.
Segundo Cássio, a possibilidade de Ruy ocupar a vaga de vice não pode ser descartada, pois a política tem questões práticas, como tempo de televisão e coligações para proporcionais. Dentro deste contexto, o senador revelou que vem mantendo entendimentos com o PSC, SDD, PROS. Os candidatos a deputado federal destes partidos “herdariam” os votos de Ruy.
“O PSDB tem que compreender que não poder ocupar os dois lugares na chapa majoritária, ou fica com a vaga de governador ou de senador. Você pode até ter uma composição na vice, mas nas duas principais vagas não”, declarou.
Indagado se sua postura não seria uma forma de descartar o senador Cícero Lucena, Cássio disse que não, pois esta é uma decisão que não passa pelo seu desejo pessoal e sim por todo o partido.
Ele afirmou que é “preciso compreender que não é demérito um senador disputar um outro cargo, como por exemplo o de deputado federal”. Ele citou o caso do seu pai, o ex-governador Ronaldo Cunha Lima (PSDB), que em 2002 era senador e abriu mão de disputar a reeleição em prol do grupo, se lançando candidato a deputado.
“É uma questão política, não há nada de pessoal, temos que tomar as decisões com a racionalidade que a política exige. Só teremos mais possibilidades com a junção de forças. Outras alternativas restam para Cícero, não há nenhum demérito em ele ser candidato a deputado federal”, afirmou. Maispb