Cássio, Ricardo, Veneziano, e seus desafios

Sérgio Botêlho

Para ganhar a eleição deste ano na Paraíba os três principais candidatos terão que estabelecer um contato muito próximo com o povo, e seus desejos. Para isto, vão ter de utilizar, e bem, todos os recursos disponíveis de comunicação.
O rádio e a TV continuam meios muito fortes. Daí, a corrida para a formação de palanque eletrônico já em curso entre os três. Todos eles, Cássio, Ricardo e Veneziano, já trabalharam com tempo de TV e rádio, já perderam e já venceram eleições, e sabem perfeitamente da importância desses meios para o resultado da campanha.
O contato pessoal também é importante, e todos eles também conhecem a história. Terão, assim, que percorrer muitas léguas, cidade por cidade, de preferência sempre calçados com sandálias da humildade, que é o gosto preferencial do eleitor.
Nessa busca pelo eleitorado, convém continuar usando os famosos intermediários, nas figuras de prefeitos, vereadores, e cabos eleitorais. Esta, a parte mais vetusta das campanhas, que insiste em sobreviver. O partido azeitado também cumpre essa função.
Contudo, não devem esquecer, sob pena de serem castigados pelas urnas, das cada vez mais famosas e populares redes sociais. É inegável o papel que a Internet vai ter no pleito deste ano, especialmente os canais online de comunicação sociais.
E, neste particular, fundamental encontrar as linguagens usadas por cada tribo. Assisti semana passada a palestra comandada por um expert em internet de uma forma geral, que nos contou um ‘case’ de como a linguagem é importante.
Em recente eleição presidencial, um dos candidatos quis estabelecer contado direto com a juventude. E, em suas falas, tascou a saudação “Olá rapaziada!”. “Rapaziada”, meus amigos, é coisa do século passado, ainda em seu início! O resultado final foi um desastre.
Eis, portanto, o desafio aos candidatos paraibanos – extensivo a candidatos pelo país afora: como se comunicar com os jovens? Qual a linguagem a ser utilizada? Qual a mensagem que eles estão esperando? Isto, por todos os meios. Com maior ênfase nas redes sociais.
Falo jovens pela sua elevada importância numérica, e porque não existe mais a figura do pai coronel que determina o que toda a família tem a fazer quando cada um de seus membros estiver sozinho na urna. Ainda mais numa sociedade onde a classe média domina o conjunto dos estamentos sociais. E classe média é rebelde por natureza.
Encontrada a linguagem, convém saber que a mais forte das redes sociais é o Facebook, segundo 10 entre 10 especialistas. Mas, é bom saber, também, que os jovens começam a se afastar da rede de Zuckerberg, à medida que pais e avós vão tomando conta do ambiente.
Para onde estão indo, está sendo mapeado. Porém, o(s) local(is) não é(são) de fácil acesso, e somente eles parecem dominar os novos espaços. O que quer dizer que apenas com eles, e, através deles, será possível entrar nesse papo.
Em resumo: é preciso ir atrás do eleitor, a ser buscado com linguagens e meios diferentes. Se, com propostas boas, bem melhor. Agora: como utilizar meios e linguagem, eis o grande desafio. Questão que não pode ser solucionada, mais, por um supermarketeiro, como aqueles de antigamente. Mas, por uma equipe de muitos especialistas em Comunicação, e TI.