Cássio, e os desafios da primeira eleição sem Ronaldo

 Sérgio Botêlho

download (62)
Há um importante desafio a ser enfrentado pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB), na sua tentativa, este ano, de retornar ao governo da Paraíba, quando enfrentará o atual governador Ricardo Coutinho (PSB) e o ex-prefeito campinense Veneziano Vital do Rego (PMDB).
Será a primeira campanha do líder tucano órfão de seu pai, o ex-governador, ex-senador e poeta, Ronaldo Cunha Lima, que morreu em julho de 2012, e que se constituiu numa das maiores lideranças da política paraibana, e avalista principal da ascensão de Cássio ao estrelado político estadual.
É verdade que desde o acidente vascular sofrido por Ronaldo Cunha Lima, em 1999, que Cássio tem assumido a liderança do grupo. Nessa condição, venceu os pleitos de 2002 e 2006, para o governo do estado, e o de 2010, para o Senado da República.
Contudo, embora o poeta não estivesse mais em plenas condições de saúde, nessas campanhas, sua presença nos bastidores serviu para reunir a turma toda, uma tarefa que nem sempre é cercada de muita facilidade.
O problema é que, segundo boatos – o que pode não corresponder à verdade, evidentemente – haveria alguns desencontros entre Cássio e velhos aliados de Ronaldo. Será, pois, o tempo certo de o senador tucano provar o contrário.
Há sinais que evidenciam, entretanto, algumas resistências muito emblemáticas. Primeiro sinal: Ricardo Barbosa, ronaldista famoso, andou criticando fortemente Cássio, nesses últimos dias, e anda preferindo a companhia de Ricardo Coutinho.
Quer ver outra: o senador Cícero Lucena, também do PSDB de Cássio, elevado à primeira linha da política paraibana por Ronaldo, de quem foi vice-governador, e, até, assumiu o governo, está reclamando por antecipação vaga para disputar a reeleição ao Senado. Terá?
Tem, ainda, a questão do vice-governador Rômulo Gouveia (PSD), também jovem discípulo do poeta, que, a exemplo de Barbosa, anda insistindo em permanecer aliado do governador Ricardo Coutinho nas eleições deste ano.
São esses alguns dos desafios que Cássio vai ter de enfrentar, sozinho, sem a presença do velho e experiente Ronaldo, que, certamente, sabia, como fez muitas vezes, chamar o feito à ordem e recolocar o trem, e seus passageiros, nos trilhos.