"Novo interrogatório"

CASO GEFFESSON MOURA: Delegado paraibano fala em “fatalidade”; amigos e familiares se revoltam: “Assassinato a sangue frio”

Nesta quinta-feira, 8, um delegado e três policiais paraibanos foram ao estado de Sergipe para interrogar, mais uma vez, os três policiais envolvidos no episódio ocorrido no município de Santa Luzia, Sertão da Paraíba, que acabou na morte do empresário e advogado Geffeson Moura, de 31 anos.

De acordo com o delegado Reinaldo Nóbrega, a necessidade de novo interrogatório se deu por conta do surgimento de fatos novos.

Após o interrogatório, o Advogado falou em fatalidade e ainda enalteceu as qualidades profissionais dos policiais envolvidos envolvidos no assassinato do jovem. As palavras do Advogado revoltaram os amigos e familiares de Geffeson, que ainda lutam por justiça e esclarecimento do caso.

O deputado Federal Julian Lemos, que vem buscando por justiça, também se posicionou sobre a fala do Delegado: “Não foi uma, foram oito fatalidades a queima roupa, que tirou a vida de um inocente.”

“Infelizmente foi uma fatalidade, uma pessoa morreu. Não quero e nem posso fazer juízo de valor sobre o caso, mas o que posso dizer é que a partir dos depoimentos que foram colhidos hoje, muitas coisas foram esclarecidas. Realmente existia uma investigação que era realizada pela polícia sergipana em cima de um grupo criminoso e que já se prolongava por muito tempo. Os policiais que hoje estão aqui provisoriamente presos são policiais de alta idoneidade, da mais alta estima, não preciso ficar falando, a sociedade sergipana conhece melhor eles do que eu”, finalizou Reinaldo Nóbrega.

Confira as mensagens de revolta após a fala do Delegado:

 

RELEMBRE O CASO: 

O caso aconteceu na noite de quarta-feira, 17 de março, no município paraibano de Santa Luzia. Ele foi abordado pela Polícia Civil de Sergipe, teria reagido, e o delegado sergipano Osvaldo Resende Neto atirou. Geffeson Moura foi deixado sem vida na porta de um hospital em Santa Luzia.

De acordo com o Delegado de Polícia Civil da região de Patos, Gaudêncio Neto, o delegado de Sergipe que estava à frente da operação se apresentou de forma espontânea entregando sua arma e uma outra arma, que segundo ele estava dentro do veículo de Geffeson.

O delegado de Patos disse que todas as perícias já foram requisitadas e boa parte delas já foram feitas e também afirmou que as pessoas envolvidas foram ouvidas pela delegacia de homicídio do município.

Gaudêncio Neto afirma que a Polícia Civil da Paraíba entrou no caso instaurando um inquérito contra as ações da Polícia de Sergipe com o objetivo de esclarecer os fatos para chegar a um resultado esclarecedor.

A Polícia Civil de Sergipe emitiu a seguinte nota em relação à morte de Geffeson Moura.

Confira na íntegra

Nota

A Polícia Civil de Sergipe informa que foi deflagrada uma operação no final da noite desta terça-feira, 16, na cidade de Santa Luzia, sertão da Paraíba, pelo Departamento de Narcóticos (Denarc) a fim de tentar prender um grupo envolvido com tráfico interestadual de drogas. Os policiais estavam há alguns dias em diversas partes do Nordeste do país monitorando a quadrilha com o intuito de cumprir mandados de prisão, expedidos pela Justiça de Sergipe.

Na altura da cidade de Santa Luzia, na Paraíba, no final da noite desta terça-feira (16), foi montado um bloqueio policial, onde vários veículos suspeitos foram parados. Os policiais se depararam com um homem em um veículo e na abordagem, o motorista identificado como Gefferson de Moura Gomes estava armado, esboçou uma reação e foi atingido, sendo encaminhado imediatamente para uma unidade hospitalar.

O veículo e a arma de fogo foram apreendidos e apresentados pelos policiais na Delegacia Plantonista da cidade de Patos/PB. Os policiais prestaram depoimento ao delegado plantonista e apresentaram a arma e o carro apreendidos. Também foi colocado à disposição da Perícia Criminal e da Polícia Civil da Paraíba as armas de fogo utilizadas pelos policiais civis sergipanos durante a ação.

A Polícia Civil de Sergipe disponibiliza desde as primeiras horas do desfecho da ocorrência todas as informações necessárias às autoridades paraibanas. Os relatos prestados pelos policiais civis sergipanos constam em inquérito policial que já foi instaurado para apurar a ocorrência. A perícia também foi acionada para realizar os exames nas armas de fogo e veículo.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba