A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido feito pela defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que queria a redistribuição de um dos inquéritos a que o tucano responde para o ministro Gilmar Mendes.
O advogado do senador, Alberto Toron, havia alegado que havia conexão entre a investigação, que trata sobre suspostas irregularidades em obras das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, e outro inquérito que já é relatado por Gilmar, sobre Furnas.
Cármen, no entanto, considerou que os fatos são “desconexos”. Mas, apesar de rejeitar o pedido, a ministra concordou em redistribuir a investigação, por não ver relação com a Petrobras, foco inicial da Operação Lava-Jato.
A mesma decisão foi tomada em outros cinco inquéritos que também investigam as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. A redistribuição será feita por dependência, ou seja, um mesmo sorteio definirá o novo relator das seis investigações, todas baseadas na delação premiada de executivos da Odebrecht.
Em sua decisão, Cármen Lúcia concordou com o posicionamento do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, que havia defendido a redistribuição por dependência dos seis inquéritos.
Nos outros cinco inquéritos, são investigados os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Ivo Cassol (PP-RO) e o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Romero Jucá e Arlindo Chinaglia foram acusados de receber, cada um, R$ 10 milhões para auxiliar a Odebrecht na licitação da hidrelétrica de Santo Antônio. Ivo Cassol teria recebido R$ 2 milhões por favorecimentos na mesma obra.
Edison Lobão é suspeito de ter recebido R$ 5,5 milhões para ajudar a empreiteira na obra da hidrelétrica de Jirau.
De acordo com os delatores da Odebrecht, Aécio e Valdir Raupp teriam recebido pagamentos por favorecer a empresa nas obras das duas hidrelétricas, mas os valores não foram especificados. Todos os políticos negam as acusações.
Fonte: O Globo