Adversários na corrida presidencial nas eleições de 2014, o ex-governador Eduardo Campos (PSB) e a presidente Dilma Rousseff (PT) aparecem empatados tecnicamente em Pernambuco no cenário atual, segundo a pesquisa do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, em parceria com oJC.
Na consulta estimulada para aferir as intenções de voto para a Presidência da República, o socialista está com 38% e a petista com 35%, portanto bastante próximos se considerada a margem de erro, que é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Com 3%, o pré-candidato do PSDB, Aécio Neves, apesar de pontuar, não obteve nenhuma percentagem expressiva nas várias questões elaboradas. A soma de outros, brancos, nulos, indecisos, não souberam e não responderam é de 25%.
Para o cientista político Adriano Oliveira, um dos coordenadores da pesquisa, o empate técnico mostra que Dilma Rousseff ainda é muito forte no Estado, que sempre deu vitórias ao PT nas eleições presidenciais, mesmo enfrentando um adversário do peso de Eduardo Campos, que construiu apoio e inserção política sólidas a partir de um governo muito bem avaliado. “A eleição deve ser acirradíssima. Dilma tem um eleitorado relativamente cativo aqui em Pernambuco, onde Lula e o PT sempre foram muito fortes. Então, ela ainda é muito forte aqui, mesmo com Eduardo Campos tendo boa aprovação no governo”, frisa.
Na pesquisa espontânea, o cenário se repete: Eduardo Campos com 28% das intenções de votos; Dilma Rousseff com 27%. Oliveira chama a atenção para os 5% obtidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quatro anos depois de deixar o mais alto posto da República ainda é lembrado pelo eleitorado como candidato. “É um número significativo. É um bom cabo eleitoral. Desde 2010 que não está no governo, mas a memória do eleitor continua ativa para com ele. E se aportar por aqui pode aumentar ainda mais”, avalia. Aécio aparece com 2%, na lanterna.
No recorte por regiões de Pernambuco, a pesquisa coloca Dilma Rousseff na liderança em intenções de voto nas regiões do Sertão e do São Francisco, com 53% e 47%, respectivamente, contra 19% e 22% de Eduardo Campos, nas mesmas localizações citadas. “Essa força no interior pode ser explicada pela rede social dos programas do governo federal, como o Bolsa Família, que tem grande aplicação nessas localidades”, diz Adriano Oliveira.
O economista Maurício Romão ressalta que a forte inserção eleitoral da presidente nas regiões mais afastadas da capital tem sido uma constante em pesquisas. “Isso é uma constante nas pesquisas nacionais. No interior, Dilma sempre está mais forte. É um padrão que já se consagrou no Brasil, tanto para Lula quanto para Dilma”, observa.
Ainda segundo a pesquisa, tanto Dilma quanto Eduardo são amplamente conhecidos no Estado, com 66% e 62% respectivamente. É o líder socialista, porém, que apresenta o menor percentual de rejeição – 9% dizem ter medo que ele venha a ser presidente do Brasil. Dilma está no topo (16%), seguida por Aécio (14%). Jornal do Comério