Campina, o PT, a metamorfose e a posição de Peron

Nilvan Ferreira

Quem pensava que moído grande era o processo interno que vivenciou o PT da capital, entre candidatura própria ou aliança com outras legendas, estava demasiadamente enganado. O dia de hoje, domingo, serviu para mostrar que a posição a ser adotada pelo partido, na cidade de Campina Grande, pode render muitos capítulos de uma disputa envolvendo duas alas no partido de Lula.

Primeiro, a decisão tomada hoje, pelos delegados do PT de Campina Grande, por sí só gera um imbróglio. O partido, no encontro que reuniu os seus filiados, recentemente, tirou a perspectiva de marchar com o projeto de lançamento de uma candidatura própria.

Acontece que, no momento de definir os nomes dos delegados que participariam da plenária de hoje, no intuito de aprofundar e deliberar de forma mais precisa, a cerca da política a ser adotada, veio a surpresa. Os delegados, escolhidos previamente pelas correntes petistas, decidiram que a tática eleitoral será a de discutir aliança com outras legendas, especificamente o aprofundamento de uma composição com o PP da deputada Daniela Ribeiro.

O mais grave é que, nos bastidores, a tese pode ter contado com o apoio de Peron Japiassu e Socorro Ramalho, além de outros petistas influentes, que cantarolavam até a sexta-feira, serem defensores da candidatura própria do partido, na rainha da Borborema. O que mudou para que eles mudassem de posição? Que fato novo movimentou a política de Campina?

Se o partido elege como prioridade a política de alianças, natural seria que o PMDB de Veneziano fosse colocado como prioridade. O partido já tem um histórico de composição com o PMDB e tem ocupado setores importantes da administração nos últimos anos.

De fato, com ou sem Peron e Socorro, a disputa no PT está apenas começando. Alexandre Almeida já disse que vai manter o seu nome como candidato do partido e vai em busca da direção nacional da legenda para decidir o jogo na prorrogação.