Campina Grande: praça de guerra

POR WALTER SANTOS

Os_Pioneiros_Campina_Grande

Em todo o quadrante da cidade não há outro assunto mais intenso a motivar debate do que a decisão do governador Ricardo Coutinho de investir, através do Governo do Estado, no período do Maior São João do Mundo promovendo uma programação paralela nos bairros campinenses, aos invés de se associar ao evento comandado pela Prefeitura.

Pense num assunto a gerar ódio dos setores oposicionistas ao Governo, em particular o grupo Cunha Lima – mais afetado com a medida governamental! De fato, a primeira impressão é de concepção da realidade como elemento absurdo, desporporcional.

Como principio, o movimento do governador revela a estratégia de um líder político destemido no enfrentamento com Cássio em sua cidade, mas ainda sem uma avaliação precisa sobre como isto repercutirá no imaginário popular da cidade – se acatará em face da vasta programação em curso, ou se rebelará gerando maior rejeição à imagem do líder do PSB.

Em tese, sobretudo com base no bom senso de sempre, o Governo bem poderia investir mesmo no Maior São João do Mundo pela via normal, que é a Prefeitura promotora da festa, a exemplo do histórico existente entre a estrutura estadual e municipal. A lógica aponta nesta direção.

Ocorre que com Ricardo Coutinho é diferente, talvez estimulado pelos campinenses afoitos, a exemplo de Ricardo Barbosa tenha partido para a opção radical de estruturar programação paralela sob a tese de que a cidade não pertence a ninguém, a nenhuma família específica, por isso está decidido e fará uma ação expressiva como nunca ninguém ousara fazer.

A festa popular não é um cardápio paralelo apenas aos Cunha Lima, hoje no poder municipal através do prefeito Romero Rodrigues, mas também aos Vital pela condição de ex-prefeito.

Trocando em miúdos, a lógica do governador movida de alguma forma pelo espectro beligerante de fazer a disputa ainda precisará ser melhor absorvida para nos próximo dias termos a essência e conceito da sociedade campinense, se aprova ou desaprova, mas isto só saberemos de fato quando a pesquisa cientifica entrar em campo. Por enquanto, há raiva, resistência em expansão a partir da liderança de Cássio.

Pela primeira vez nos últimos tempos um líder estadual ousou peitar os Cunha Lima na cena em que eles se especializaram, a indústria cultural, quando tudo poderia ser diferente, de relacionamento institucional mais bem resolvido.

Esta é a Paraiba velha de guerra de resultado improdutivo.

ENFRENTAMENTO COMO MAU CONSELHEIRO

Sem que se aperceba, talvez, o governador terminou a semana com enfrentamento direto com a Assembléia Legislativa, quando aliados tentaram ocupar as isntalações do Poder, ainda com o Judiciário diante de criticas feitas à Justiça por mandar abrir as delegacias às noites e agora com Campina Grande.

Se não cuidar em tempo vai colher dividendos negativos pela relação permanente de crise.

ROMULO: DESCANSO OU DESENCANTO?

Em plena fase de crise com Campina, eis que o vice-governador Rômulo Gouveia resolver passar os proximos dias na Europa.

Chama a atenção porque, na boca miúda, diz-se que Rômulo está desencantado com a perspectiva real de ser pretetido ao Senado.

Esta frustração terá um peso alto e caro.

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