Li, com a costumeira atenção que você merece, o que escreveu sobre Cajazeiras.
As referências que você fez à festa dos 150 anos da sua encantadora terra levaram-me a recordar quando ali estive, pela primeira vez, no Governo Ivan Bichara, ocasião em que a Polícia Militar desfilou pelas ruas centrais com o seu novo uniforme, de cor azul-petróleo, adotado à época por quase todas as Forças Estaduais, e que, tempo depois, deu lugar novamente ao caque tradicional.
Naquele mesmo dia conheci, pessoalmente, Dom Zacarias, com quem apreciei um gole do vinho usado nos atos litúrgicos, de sabor incomparável, isso no Palácio Episcopal.
À noite, em sessão no prédio do cinema, com a presença do Governador, foi feita uma homenagem a Seu João Bichara, oportunidade em que foi lembrado que Seu João, antigo dono do cinema, colocava a mão na lente da máquina quando aparecia uma cena de um beijo mais profundo ou de carícias que, à época, comprometiam o decoro. E, então, alguém da plateia gritava”Tira a mão, Seu João”.
Você está coberto de razão ao declarar seu amor por aquela cidade, berço da cultura paraibana.
Digo-lhe, com franqueza, que se não fosse teixeirense, gostaria de ter nascido em Cajazeiras. Aliás, Cajazeiras, se não estivesse no plural, formaria perfeita rima com a minha Teixeira, que me aguça o sentimento telúrico.
De modo que são duas cidades que se irmanam na beleza e na inteligência do seu povo. Uma, Cajazeiras, que se destaca como cenário das letras. Outra, Teixeira, que se sobressai por ser fincada no topo da Borborema, como que mais perto de Deus.
Com estas palavras, vai o meu estímulo para que você, vez por outra, fale de sua amada terra, com o seu estilo inconfundível. Porque, assim, estará contribuindo para que a terra do Padre Rolim permaneça na memória não apenas dos seus filhos, mas que toque também o coração dos que a admiram, como eu.
Um abraço de
Ambrósio Agrícola