Em meio a um dos maiores escândalos de corrupção da sua história envolvendo a Petrobras, o Brasil melhorou três posições no ranking sobre a percepção da corrupção no setor público divulgado nesta quarta-feira (3) pela ONG Transparência Internacional. De acordo com o ranking, neste ano o Brasil ocupa a 69ª colocação em um ranking que avaliou 175 países e territórios. Apesar da melhora, o Brasil continua atrás de países como Chile, Uruguai, Ruanda e Botsuana. O diretor para Américas da ONG, Alejandro Salas, diz que a posição brasileira é uma “vergonha”.
O ranking da ONG Transparência Internacional é feito a partir de pesquisas que avaliam a percepção dos entrevistados em relação à corrupção no setor público. A pesquisa deste ano foi feita com base em questionários aplicados a participantes de 12 instituições internacionais como Banco Mundial, Fórum Econômico Mundial e Banco Africano de Desenvolvimento.
Entre as perguntas feitas aos entrevistados estão questões como: “em que medida os agentes públicos são impedidos de utilizar suas posições em proveito próprio?”; “em que medida os agentes públicos que cometem abusos por conta de suas posições são processados e punidos?”; e “em que medida o governo contém a corrupção efetivamente?”.
As notas dadas aos países variam de 0 (mais corrupto) a 100 (menos corrupto). Em 2014, o Brasil obteve a nota 43, apenas um ponto a mais que a obtida em 2013, quando o Brasil ficou com 42 pontos. A Dinamarca foi a melhor colocada no levantamento, e a Somália, a pior.
O aumento da nota, no entanto, permitiu que o país saísse da 72ª posição no ranking e chegasse à 69ª. A subida, porém, não merece ser celebrada, diz Alejandro Salas. “Não há razão para celebrar. Pelo contrário, eu gostaria de dizer que o que nós observamos hoje no Brasil é uma imobilidade e para o Brasil isso não é uma boa notícia. Estar na parte debaixo do Índice de Percepção da Corrupção é uma vergonha”, disse Salas.
Fonte: UOL