O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o uso da hidroxicloroquina nesta quarta-feira (8), afirmando que ainda viverá por muito tempo.
“Aos que torcem contra a hidroxicloroquina, mas não apresentam alternativas, lamento informar que estou muito bem com seu uso e, com a graça de Deus, viverei ainda por muito tempo.”
Na tarde de terça-feria (7), após divulgar que está com Covid-19, Bolsonaro publicou um vídeo nas redes sociais em que toma uma dose de hidroxicloroquina e afirma que “com toda certeza” o tratamento para o novo coronavírus “está dando certo”. “Eu confio na hidroxicloroquina, e você?”, argumentou na publicação de terça.
O presidente da Fundação Palmares Sergio Camargo escreveu nesta terça que Jair Bolsonaro deveria ser remunerado pelo seu trabalho de divulgação da cloroquina.
Desde o início da pandemia, o presidente entrou em sintonia com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na defesa do uso da hidroxicloroquina associada à azitromicina como solução para o avanço do novo coronavírus.
Nenhum estudo científico até o momento, entretanto, confirmou a eficácia do remédio, que pode causar danos colaterais graves.
Mesmo assim, Bolsonaro pressionou o Ministério da Saúde até a pasta aderir a protocolo de tratamento à Covid-19 não só para casos graves, mas também para pessoas com sintomas leves da doença.
O presidente determinou, inclusive, que as Forças Armadas ajudassem na produção do remédio. O Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército já gastou mais de R$ 1,5 milhão para ampliar, em 100 vezes, sua produção de cloroquina.
A ampliação da produção entrou na mira do Tribunal de Contas da União, que quer saber se houve superfaturamento nas compras do produto e se houve má aplicação de recursos públicos por Bolsonaro ao determinar a ampliação da produção sem comprovação científica adequada.
O laboratório do Exército firmou ao menos 18 contratos para comprar a cloroquina em pó e outros insumos de fabricação, como papel alumínio e material de impressão, ao custo total de R$ 1.587.549,81, segundo cálculos feitos pela Repórter Brasil com base no portal de compras do governo federal. Quase 95% dos gastos foram para a compra de 1.414 kg de cloroquina em pó.
As compras, sem licitação, fazem parte das ações de enfrentamento à pandemia. Os recursos vieram do Tesouro Nacional e foram repassados ao laboratório pelo Ministério da Defesa.
Na publicação desta quarta-feira, Bolsonaro trouxe novamente algumas afirmações que já havia feito na entrevista em que anunciou que está doente.
“Todas as medidas de isolamento adotadas por governadores e prefeitos sempre visaram retardar o contágio enquanto os hospitais se preparavam para receber respiradores e leitos UTIs”, escreveu Bolsonaro.
O presidente disse ter atendido a todos com recursos e outros meios necessários e citou o pagamento do auxílio emergencial como destaque.
“Nenhum país do mundo fez como o Brasil. Preservamos vidas e empregos sem propagar o pânico, que também leva a depressão e mortes. Sempre disse que o combate ao vírus não poderia ter um efeito colateral pior que o próprio vírus”, afirmou Jair Bolsonaro.
Fonte: UOL
Créditos: UOL