Boatos envolvem Ricardo, Nonato, o PPS e a sucessão estadual

Sérgio Botêlho

download (60)
Os boatos surgem muitas vezes não se sabe de onde. Boato para ser bom boato tem que ser anônimo. E convenhamos que seja esta uma condição empresa ao boato pouca credibilidade. Mas, e não é raro, os boatos acabam se transformando em realidade.
Andam falando por aí, e a boataria acabou chegando a Brasília, que o governador Ricardo Coutinho, do PSB paraibano, estaria novamente interessado em recompor seu grupo inicial, aquele que o levou a uma vitória após a outra, até a última eleição para prefeito de João Pessoa. Já houve uma tentativa perto do final do ano passado.
Foi no último pleito para prefeito da Capital paraibana, em 2012, que o bunker de Ricardo perdeu, depois de inúmeras vitórias, parte destacada de seu agrupamento, nas pessoas do jornalista Nonato Bandeira e do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Agra.
Perdeu, também, outros tipos importantes do comando ricardista, a exemplo de Alexandre Urquiza e de Roseana Meira, esta, secretária de Saúde de João Pessoa na gestão Ricardo. Todas elas, agentes decisivos na vida política do chamado coletivo.
Como decorrência direta dessa diáspora, Ricardo Coutinho acabou perdendo a eleição para prefeito de João Pessoa, quando sua candidata sequer chegou ao segundo turno da eleição, cabendo a vitória final ao petista Luciano Cartaxo, atual prefeito.
Pois bem. Ocorrências bem recentes, como é o caso do rompimento do PPS de Nonato Bandeira com o PT de Luciano Cartaxo, parceiros na última vitória para a prefeitura pessoense, é que podem estar dando asas à imaginação e servindo de fonte inspiradora aos tais boatos.
Para aumentar a dúvida, o presidente estadual do PSB na Paraíba, o ex-sindicalista Edvaldo Rosas, andou falando na possibilidade dessa reaproximação. Por enquanto, com o PPS de Nonato Bandeira.
Não creio ser muito fácil essa operação. O rompimento entre Ricardo e Nonato acabou deixando um abismo profundo entre os dois. E seria preciso muito papo, muita roupa lavada, muita renúncia de um e de outro lado, para que a reaproximação tivesse alguma chance.
Agora, se desse certo, a candidatura de Ricardo à reeleição ganharia em força e consequente possibilidade de vitória. Primeiro, ao recompor uma cúpula pensante que somente deu certo ao longo do tempo. Depois, pelo ajuntamento de partidos ao palanque socialista.
É preciso lembrar, enfim, que o PPS de Nonato Bandeira, comandado nacionalmente pelo deputado federal por São Paulo, o pernambucano Roberto Freire, apoia incondicionalmente o presidenciável Eduardo Campos, do mesmo PSB do governador Ricardo Coutinho.
Quer dizer: palco para a conversa, existe.