" Bando de Loucos " Coisa Nenhuma !

Bruno Filho

Eu tenho currículo para escrever sobre o assunto. Sou corintiano, nascido dentro do Parque São Jorge, conheço toda a história do clube, meu pai foi velado dentro da Capela quando faleceu, foi diretor e assessor de imprensa durante anos e somos donos de um programa de rádio chamado ” Corinthians em Marcha “.

Assisti e trabalhei em quase 700 jogos desse time que conheço como ninguém. Eu não acredito em “Bando de Loucos” acredito sim em time bom, e esse pode ser o Corinthians, o Flamengo, o Palmeiras, o nosso Botafogo, o Treze, CSP ou o Nacional de Patos time do meu sogro.

Se o time não ganha, não há “louco” que resista. E vou dar exemplo daquilo que escrevo.Domingo, data da conquista do Mundial… recuemos 683 dias e chegaremos ao dia 2 de fevereiro de 2011 especificamente no Estadio “Manuel Murillo Toro” em Ibagué na Colombia e uma derrota para o Tolima por 2 x 0. Ronaldo encerra a carreira.

Fase de Pré-Libertadores partida antecedida de um empate sem gols no Pacaembú, a desclassificação prematura e o adiamento de um sonho. Ali o “Bando de Loucos” não funcionou pois na volta da viagem a delegação foi recebida no Aeroporto de Guarulhos, o mesmo da festa atual, debaixo de “paus e pedras”.

Tiveram que descer na pista e embarcar num ônibus para saírem fugidos e escoltados até a sede do clube, aonde encontraram seus automoveis depredados e com os vidros quebrados. Que amor é esse que escolhe momentos para se manifestar ?

Então vamos “devagar com o andor que o santo é de barro”. A conquista foi importante demais, realmente a torcida do Corinthians é sensacional, mas é igual a todas as outras. Não desmereçamos os adversários pois “um dia é da caça e o outro do caçador”.

Nenhuma equipe passa ilesa por anos de fila ou de más campanhas. O Barcelona, maior time do mundo, se perder 3 ou 4 seguidas cai em desgraça. Está acontecendo nesse momento com o Real Madrid, um time que ganha tudo e já é contestado pela torcida assim como o todo-poderoso Mourinho.

Se eu fosse um dos jogadores do Corinthians, não me escoraria muito nesta festa toda. Muda do dia para a noite. Se perder da Ferroviária de Araraquara no Pacaembú pelo Paulistão ou se for derrotado pelo Tijuana do México pela Libertadores, ouvirão vaias e xingamentos. E sofrerão agressões caso percam do rebaixado Palmeiras.

O futebol é assim e sempre será, ainda mais em se tratando do alvi-negro. Amor e ódio andam juntos, a torcida nunca está satisfeita e não poderia ser diferente. O futebol é dinâmico e exige vitórias. O que quero deixar claro é que apesar de ser uma nação e na verdade é, o Corinthians é grande, gigantesco, mas a torcida é igual as outras.

Essa é a palavra de um corintiano que discute Corinthians com quem quiser experimentar. Além de jornalista esportivo é torcedor, mas não presunçoso. Esse negócio de segunda pele eu já vi muitas vezes descascar rapidamente e olha que não precisou de tanto Sol assim. Basta uma derrota numa noite fria dentro do Pacaembú.

Bruno Filho, jornalista e radialista, respeito é bom e gosto muito de receber. Mas dou aos outros também.

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