Aviatórias e vexatórias

Rubens Nóbrega

O estimado Professor Menezes captou algo nos céus da Paraíba além de avião do Estado levando primeira-dama para baladas em outros ares. É o que dá a entender na mensagem que me enviou anteontem e que agora compartilho com vocês, a seguir.
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Caro amigo, jornais da terra nos revelam que o imperador Ricardo I (e Único, espero) vai comprar mais um avião e dois helicópteros para o (pobre) Estado, alegando, inclusive, que o King Air recentemente adquirido não tem condições de operar na maioria dos campos (aeroportos) de nosso interior.

Ora, tal fato, do mais comezinho para quem conhece um pouco de aviação, deveria ter sido considerado quando se adquiriu um substituto para o Sêneca acidentado em condições duvidosas, não faz muito tempo e não foi.

Compramos um avião que pelo seu porte e características só é operacional em quatro ou cinco dos aeroportos paraibanos, vez que todos os demais são, na verdade, campos de pouso. Não serve, portanto, para o dia a dia do Imperador, que deve visitar amiúde os seus humildes súditos nos rincões mais rudes ou inóspitos de seu território.

Mas esse avião serve para levar a primeira-dama para convescotes na Bahia…

Agora, reconhece-se essa falha e parte-se para a aquisição de mais aeronaves.

Nesse rame-rame, aparece uma nota como a publicada pela Folha de São Paulo, sobre operações assemelhadas realizadas pelo Governo do Rio de Janeiro, cujo teor nos leva a imaginar situação parecida, pois, segundo se informou, a aquisição do King Air não foi feita diretamente à fábrica e sim através de um intermediário, não revelado publicamente.

Daí, com tudo isso pelo menos que se rememore o Barão de Itararé, que nos idos dos anos 50 nos dizia “existir algo mais no ar do que os aviões da Panair”.

Licitação de concorrente único
A nota da Folha mencionada pelo Professor Menezes traz a história da compra de um helicóptero pelo Estado do Rio de Janeiro a uma offshore (empresa aberta em algum paraíso fiscal). O jornal paulista revelou que a Synergy, do Panamá, foi (apenas ela) habilitada na licitação aberta pelo governo fluminense para aquisição do helicóptero.

Com isso, a Synergy vendeu ao Rio o Agusta AW109 Grand New, avaliado em quase US$ 10 milhões, frequentemente usado pelo governador Sérgio Cabral Filho para percorrer os dez quilômetros ou menos que separam sua casa (na Lagoa Rodrigo de Freitas) do Palácio Guanabara. O Agusta também serve para levar o governador, familiares e amigos até Mangaratiba, onde ele tem casa de veraneio.
A história pode se repetir aqui
Não apareceu ou ninguém se habilitou nos conformes da lei no pregão que o Governo do Estado tentou realizar terça-feira (23) para comprar o novo avião de que cuida o Professor Menezes. Há quem diga, contudo, que o vendedor da aeronave deve aparecer e ganhar sozinho a próxima licitação, da qual eventuais interessados já teriam desistido antecipadamente. Aguardemos, pois.
Estrada ruim e a ponte que cai
Colaborador da coluna registrou esta semana em fotografias a buraqueira na estrada de Alhandra-Caaporã, “inclusive com a ponte que ameaça cair (cabeceira) novamente, uma vez que ano passado já caiu e o governo fez uma gambiarra”.

Talvez nem isso o governo tenha feito, admite, pois há grande possibilidade de o serviço ter sido encomendado e financiado por particulares, “já que carros de empresas como usinas e cimenteiras transitam muito por ali e necessitam ter aquele acesso funcionando”.

Mesmo assim, de qualquer sorte (ou por azar), complementa, “foi jogada apenas terra e a situação está caótica, se já não caiu a ponte desde segunda-feira, 22, dia em que passei de lá para cá”. Tem mais, acrescenta o colaborador:
– Tem outra ponte que está com umas crateras que são uma vergonha!

Sem falar que quando foi feita a estrada (governo Cássio Cunha Lima) a cobertura de asfalto foi finíssima. Quando pensávamos que iria receber outra camada, tava pronta! Isso contribui para o estado em que se encontra. Ainda mais, as pontes deveriam ter sido reestruturadas para permitir a passagem de dois carros de uma só vez. Hoje só passa um!
A campanha ‘pobrinha’ de RC
Ouvi no começo da semana, em emissora de rádio da qual não lembro mais, o áudio de uma fala do governador Ricardo Coutinho sobre o Jampa Digital no qual Sua Majestade lembrava que sua campanha em 2010 foi franciscanamente pobre. Pasmei. Não sabia, sinceramente, que publicitário-marqueteiro mais caro do país, Duda Mendonça, veio pra cá em 2010 trabalhar de graça para o nosso monarca.