Até que, enfim, as bombas vão estourar!

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Gilvan Freire

Muitas pessoas sabem porque e quanto custa, mas o grosso da população não imagina porque as denúncias feitas contra os governos não dão em nada. E alguns casos, os gestores nem precisam se defender, pois o aparato da mídia governista assume esse deplorável papel de encobrir os crimes e fazer negócio com a não divulgação. Noutros casos, especialmente em casos em que há responsabilidade direta dos governantes, ou quando os delinquentes atuam próximo a seus gabinetes, outras autoridades e as próprias instituições se encarregam de engavetar os processos ou absolver os culpados. É a rede de cumplicidade que funciona a todo vapor, o tempo todo, promovendo o festival de indecências que assola o país.

Em algumas vezes, o povo tem certeza que a ladroagem campeia, identifica nominalmente a marginália que administra a indústria da corrupção, mas termina por desconfiar de suas próprias razões, ou porque o sistema de acobertamento é eficiente e forte, ou porque as outras autoridades não tomam providências ou retardam tanto na apuração e na punição que os fatos caem no esquecimento.

NA PARAÍBA, NESTES ÚLTIMOS ANOS, a coisa vem caminhando por esses caminhos penosos da degradação dos costumes e da vida pública, aumentando consideravelmente a promiscuidade entre autoridades dos vários níveis das funções estatais.

Há, contudo, ao que parece, um movimento reformista dentro das instituições, uma espécie de ‘freio de arrumação’, partindo dos novos quadros funcionais, que não assumem o papel de cúmplices nessa bandalheira generalizada em que se transformou a administração estatal, e nem querem pagar perante o povo com a pecha de omissos e incapazes.

A PARTIR DE AMANHÃ, a Paraíba vai conhecer em detalhes, especialmente através da mídia independente e das redes sociais, parte dos escabrosos escândalos que vêm se sucedendo na administração pública nesses últimos anos, envolvendo uma verdadeira quadrilha que manipula recursos do Erário, compras fictícias, sobrepreço e desvio de bens de uso comum da população.

É muito possível que esse seja um grande instante das relações entre autoridades honestas e a sociedade, um pacto celebrado entre cidadãos e o bem comum, objetivando separar os ratos dos depósitos de queijo. E isso é apenas uma pequena parte do que ainda estar por vir. É não perder as esperanças.