Ricardo Barros deu munição aos críticos do governo Temer ao sugerir redimensionar o SUS e debater aborto com a Igreja
As polêmicas envolvendo ministros do governo Michel Temer tiveram um novo capítulo. Desta vez, na pessoa do escolhido para a pasta da Saúde, o engenheiro civil paranaense Ricardo Barros. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o novo ministro afirmou que não há como sustentar os direitos estabelecidos pela Constituição Federal e que é preciso “repactuar” a Carta, de forma a chegar a um “ponto de equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber”.
Barros, que obteve o cargo em troca do apoio de seu partido (PP) ao governo Temer, também defendeu que mais pessoas devem ter planos privados de sáude, de forma a aliviar os custos do governo. A revista Época divulgou ontem que o paranaense teve como maior doador da sua campanha eleitoral o presidente de uma empresa que gere plano privados. As afirmações do ministro geraram o temor de que a agenda dele envolva um estrangulamento do SUS.
O ministro Ricardo Barros (Saúde), disse que a maioria dos pacientes que procuram o SUS “imagina” estar doente, mas não está!
Pois é senhor Ministro! Acho que a gente também imagina que está sendo roubado por políticos incompetentes, mas não está! Não é mesmo?
Há cerca de dois meses, o ministro já havia dito que “o Brasil não conseguiria mais sustentar direitos básicos dos cidadãos”
Desta vez, ele foi além:
“É cultura do brasileiro só achar que foi bem atendido quando passa por exames ou recebe prescrição de medicamentos e esse hábito estaria levando a gastos desnecessários no SUS.” disse
O ministro também afirmou que 50% dos exames laboratoriais não são retirados pelos pacientes e que 80% dos exames dão resultado normal.
“Não temos dinheiro para ficar fazendo exames e dando medicamentos que não são necessários só para satisfazer as pessoas, para elas acharem que saíram bem atendidas do postinho de saúde.” finalizou.
Ricardo Barros afirmou também que o Estado não conseguirá garantir direitos básicos dos cidadãos, como o acesso universal à saúde
Barros ainda defendeu o sistema privado:
“Quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo”
Créditos: RBS