As mulheres e o processo eleitoral de 2018
Por Rafael Virgínio
Este processo eleitoral de 2018, para presidente, está simplesmente sui generis, que do latim quer dizer único, a tradução literal seria “ de seu próprio gênero”. Vamos elencar alguns fatos e ver se o caro leitor concorda comigo. Fato 1: a imagem mais explorada nesse processo é simplesmente de um ex presidente, que neste momento se encontra preso, mas que está no horário eleitoral sendo explorado por Henrique Meireles, que esconde Temer, mas que se vangloria de ter sido o ministro da fazendo de Lula, Marina e Ciro exploram as suas passagens como ministro de Lula, Haddad perdeu sua identidade e ninguém sabe mais quem é quem, pois, Lula é Haddad e Haddad é Lula e por fim os adversários também apelam para o eleitor antipetista brasileiro acusando Lula de corrupção.
Perceba caro leitor que a justiça brasileira prendeu Lula, mas ele consegue ser o centro destas eleições, até o momento. Fato 2: o organizador da extrema direita brasileira, o capitão Bolsonaro, foi esfaqueado em um ato eleitoral, provavelmente, por um louco que tem medo da maçonaria e diz que foi Deus que mandou fazer o atentado, com isso sua campanha é tocada pelos aliados e familiares esperando sua pronta recuperação. Fato 3: a mobilização das mulheres em redes sociais defendendo seus determinados candidatos e que tudo indica serão as mesmas que decidirão esta eleição de 2018.
Explicado estes fatos espero que o leitor concorde com o termo em latim usado na introdução do texto, talvez os eleitores mais novos desconhecedores de campanhas eleitorais não entenda o que escrevo, mas quem já vivenciou outros processos possa concordar comigo.
Terei a oportunidade em outros momentos de desenvolver outros textos sobre os dois primeiros fatos, mas queria chamar a atenção para o envolvimento feminino neste processo eleitoral, que por enquanto está nas redes sociais, mas que a qualquer momento pode tomar as ruas.
Como professor de história e conhecedor dos fatos passados sei o quanto que as mulheres foram e são reprimidas pelos valores machistas no processo de formação da sociedade brasileira e que para conquistar direitos muitas sofreram ao longo da história preconceito e esquecimento dos livros, para ser claro com o leitor posso citar a paraibana Anayde Beiriz, que ficou mais conhecida na história da paraíba pelo seu relacionamento com o advogado João Dantas, assassino de João Pessoa, do que pelo seu engajamento político feminista.
Esta mulher e outras reivindicavam o voto feminino em um período em que mulher na política era considerada incapaz e despreparada para definir os rumos da nação até que com a ascensão de Vargas ao poder o voto foi estendido para as mulheres através do código eleitoral.
A partir deste momento em muitas casas as esposas e filhas apesar de terem o direito legal de exercer a cidadania eram obrigadas a votar no candidato do mantenedor do lar nascia aí encabrestamento do voto feminino pelo universo masculino. Pois é caro leitor se dúvida do que estou escrevendo pergunte a mulher quantas vezes ela divergiu do voto do pai ou do esposo e perceberá que tenho razão no que falo.
Por estes fatos apresentados que muito me chama atenção, positivamente, este engajamento feminino neste processo eleitoral demonstrando uma certa liberdade eleitoral e dando a cara a bater ao defender o seu pensamento. Se um dia alguém escrevesse um manifesto onde o centro da discussão fosse à luta contra o machismo a frase perfeita seria “ mulheres do mundo inteiro uni-vos”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Por Rafael Virgínio