As armas e a violência

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Marcos Tavares

Os pacifistas comemoram: a venda de armas no Brasil caiu 40,6% desde a promulgação do novo estatuto em 2003. Não deixa de ser uma vitória, mas de lá para cá houve algum abrandamento na violência nas cidades? Acredito que não. A presença de armas que entram no país de maneira clandestina por nossas fronteiras abertas e o comércio nacional sem controle mantém armado o mundo marginal com arsenais de dar inveja a forças militares, enquanto o cidadão fica impedido de possuir uma arma para defesa própria e de sua família.

A raiz da violência não está na arma, mas em quem a empunha. Enquanto persistir a lentidão da Justiça, a fragilidade de nossas leis, os corredores abertos por uma legislação anacrônica, por onde escapam os criminosos, a violência vai persistir até porque não é a arma que mata. É o homem. E esse homem sabe que no Brasil pode muito bem burlar a vigilância policial e contar ainda com uma Justiça clemente que sempre concede benefícios mesmo aos autores de crimes mais torpes.

Não temos aqui massacres em massa perpetrados com armas de grosso calibre como nos Estados Unidos. Aqui se mata plenamente com arma branca, punhais e até pedradas. A arma de fogo nunca se constituiu um perigo no Brasil, mas sua proibição deu ao marginal a certeza de que encontrará sempre o cidadão desarmado e isso aumentou sua autoconfiança para promover arrastões e roubos em escala industrial. Para desarmar o cidadão é preciso aparelhar a polícia para protegê-lo, pois do contrário essa medida só beneficiará o bandido.

Cacique

As últimas notícias dão conta de que o ex-prefeito Agra estaria a caminho do PV, um partido pequeno onde ele entraria já como cacique.

Procurado por outras legendas, Agra deve ter medido o espaço que existe em cada uma delas e decidido que dificilmente chegaria à chapa majoritária nos chamados grandes partidos que já possuem seus nomes e seus ícones.

Assim prefere ir comendo pelas beiradas e se abrigar com os ecológicos, mesmo porque tradicionalmente o eleitor brasileiro vota mais em nomes do que em legendas. E Agra confia no nome.

Núcleo

Como a história é dinâmica, a secretária Roseana Meira – hoje macro adversária do governador Ricardo – está arrolada juntamente com os colegas Ariane Sá e Gilberto Carneiro numa ação de improbidade movida pelo Ministério Público.

Como a Paraíba come e descome política, não precisou nem começar a campanha para que as armas e petardos começassem a ser lançados tendo como alvo a reeleição de Ricardo.

São fatos e denúncias do tempo em que ele era prefeito, mas que atingem o governador.

Preconceito

Se fosse uma imagem católica, o mundo já teria caído, mas como é um símbolo das religiões afro, o vandalismo à estátua de Iemanjá foi visto mais pelo aspecto estético.

Na verdade, é um preconceito religioso.

Todos

A primeira defesa de Gilberto Carneiro foi genérica. Ele disse que agiu dentro da legalidade e usou uma prática comum em vários governos.

Vale lembrar que nem sempre o que é comum é lícito.

Legal

O novo secretário Carlos Antônio toma posse e desacata a AL ao julgar inconstitucional uma lei aprovada pelos deputados que proíbe a entronização em cargos de confiança de quem tem a ficha suja.

Carlos diz que essa lei é inconstitucional, como totalmente inconstitucional é igualmente a prestação de contas reprovada de sua gestão como prefeito e o mau uso que fez da coisa pública.

Irmandade

Toinho, o do Sopão, diz na AL que o “jumento, nosso irmão” está desaparecendo.

De minha parte me excluo do parentesco com tão esdrúxulo animal.

Entourage

Para melhorar seu cacife no PTB e chegar mais perto do governo, Wilson Santiago precisa filiar os prefeitos que, ele disse, o acompanhariam nesse desterro do PMDB.

Chegou a hora.

Marginália

Coisas que só acontecem na nossa querida Paraíba. A nova sede da Central de Polícia teve sua construção interrompida e serve de esconderijo para marginais.

Tudo bem. Ela está sendo feita para eles mesmos.

Frases…

Queda – Quem tropeça na linha da pobreza cai de cara na miséria.

Gatunagem – Lanceiros também investem nas bolsas. Principalmente a das mulheres.

Celestial – Os ricos não vão para o céu. Eles já estão lá.