Nonato Guedes
Depois da secretária de Comunicação Institucional, Estelizabel Bezerra, foi a vez da secretária de Finanças do Estado, Aracilba Alves da Rocha, admitir o projeto de concorrer a um mandato eletivo em 2014, mais precisamente à Assembléia Legislativa. A revelação foi feita, ontem, em Campina Grande, e Aracilba justificou que nos últimos 20 anos atuou como gestora em diversos cargos do Poder Executivo, avaliando que tem experiência e condições de trabalhar diretamente como representante do povo paraibano na Assembléia. O martelo só será batido mesmo no próximo ano, uma vez que 2013 será focado na ação administrativa, como ela pontuou.
Não é a primeira vez que Aracilba tem seu nome cogitado para disputar um mandato político. Quando atuava como eficiente auxiliar do falecido senador Humberto Lucena, que por muito tempo presidiu os quadros do PMDB paraibano, Aracilba, que é natural de Malta, no sertão paraibano, teve seu nome lembrado por diversas vezes, mas nunca considerou seriamente a possibilidade de ingressar na atividade política. Ela é considerada uma executiva de alta qualificação, tendo trabalhado, inclusive, no governo Orestes Quércia, em São Paulo. Manteve relações políticas com diferentes líderes de expressão na Paraíba, entre os quais Antônio Mariz e o ex-senador Ney Suassuna. Foi indicada pelo governador Ricardo Coutinho para atuar como uma espécie de “xerife” das finanças públicas na Paraíba e seu desempenho é reconhecido e elogiado por vários setores.
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Uma outra característica da secretária é a sua capacidade de polemizar sobre assuntos complexos. Do ponto de vista da análise da conjuntura política para 2014, a secretária de Finanças confessou que é favorável à manutenção da aliança entre o PSB e o PSDB para assegurar a reeleição de Ricardo Coutinho e dos aliados que compõem o seu esquema de sustentação. “Entendo que o governador merece dispor de um novo mandato para dar continuidade ao trabalho de desenvolvimento do Estado. O governador tem feito um esforço titânico para sanear as finanças e manter, a duras penas, o ajuste fiscal, cumprindo o que ele chama de dever de casa. No momento em que passa a colher os dividendos das ações de austeridade empreendidas, é natural que tenha uma oportunidade de ser julgado pelo eleitorado paraibano”, salientou. Aracilba é filiada à legenda socialista.
Questionada por jornalistas de Campina Grande a respeito da paralisação dos professores e funcionários da Universidade Estadual da Paraíba, que reivindicam um reajuste salarial da ordem de 17%, a secretária de Finanças deixou claro que o governo não vai interferir na discussão, alegando que a instituição dispõe de autonomia para resolver seus problemas e que o governo elevou os repasses destinados à UEPB. De acordo com os dados fornecidos por Aracilba, o Estado transferiu 218 milhões de reais para a instituição, no exercício de 2012. Para este ano, estão previstos repasses globais no montante de R$ 231 milhões. A secretária enfatizou, ainda, a importância das parcerias que o governo do Estado estabeleceu com prefeituras municipais, dentro da nova versão do Pacto de Desenvolvimento Social, que considera uma contribuição importantíssima para a redução de indicadores sociais desfavoráveis. No seu ponto de vista, a administração Ricardo Coutinho opera com realismo mas concentrado nas metas de descentralização da relação com os municípios, para que eles sejam partícipes diretos do projeto de desenvolvimento em curso na Paraíba.
