As apresentações dos candidatos a deputado federal nos guias do rádio e da televisão foram medíocres e desestimulantes

Espanta eleitor

Por Lena Guimarães

Se não fizerem algo para melhorar, o eleitor vai desligar.

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Com raríssimas exceções, as apresentações dos candidatos a deputado federal nos guias do rádio e da televisão foram medíocres e desestimulantes. Enquanto os programas dos candidatos a presidente, governador e senador tentam surpreender e sustentar a audiência do eleitor, o dos proporcionais mais parece um ‘classificados’ de péssimo gosto, que desestimula seu acompanhamento. Funciona como ‘espanta eleitor’.

Embora o tempo seja curto, em alguns casos curtíssimo, não apenas a imagem padrão cansa e coloca todos no lugar comum, mas também as mensagens, que em sua maioria são completamente destoantes do papel de um parlamentar. As boas exceções desaparecem entre os maus exemplos.

Algumas justificativas dadas nos pedidos de votos: Damião Feliciano (PDT) diz que liberou recursos para três hospitais: o FAP, o Napoleão Laureano e o de Santa Rita; Wilson Filho (PTB) garante que conseguiu liberar R$ 1
70 milhões para obras; e de Benjamin Maranhão (SD) o mais marcante é sua imagem em carro, no estilo ‘rico e poderoso’.

O deputado Efraim Filho foi um dos poucos que posicionou-se como parlamentar. Falou de sua preocupação com a segurança pública e pediu votos defendendo a redução da maioridade penal. Aguinaldo Ribeiro (PP) lembrou que foi ministro e que sua maior satisfação foi realizar sonhos de paraibanos através do Minha Casa, Minha Vida, que está garantindo 73 mil moradias na Paraíba. Rômulo Gouveia (PSD) tentou sensibilizar os eleitores falando das dificuldades para exercer a função de vice-governador.

Na categoria estreante, quem se apresentou bem foi Pedro Cunha Lima, o filho de Cássio. Ao invés de promessas, preferiu apenas assumir compromisso de dar o melhor de sua juventude e de seus sonhos no exercício do mandato. Já o ex-secretário Evaldo Costa (PSB) colocou a voz do falecido Eduardo Campos avalizando seu nome.

Entre os “politicamente corretos”, Bala Barbosa (PMN), que condenou a hereditariedade que prejudica a qualidade da representação política, e Álvaro Neto (PHS), que anunciou está fazendo campanha dirigida ao eleitor que “não se vende”. E entre as curiosidades, impossível não citar Maria Paraíba, que anunciou: “Sou igual a David, aquele que matou Golias”. Se não fizerem algo para melhorar, o eleitor vai desligar.