A greve de dois meses no IBGE, que terminou na semana passada sem a pretendida equiparação salarial com outros órgãos do governo, deixou um legado ruim: o atraso na divulgação de várias pesquisas importantes que retratam a realidade socioeconômica do país.
O maior estrago foi a postergação da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua), o primeiro dado oficial sobre mercado de trabalho formal e informal em nível nacional e com informações conjunturais, divulgada a cada três meses.
O levantamento era prioridade do IBGE e começou a ser estruturado em 2009. Seus primeiros dados foram divulgados em janeiro deste ano, retroativos a 2012. Em nível nacional, o último dado disponível mostrou que o desemprego no país ficou em 7,1% no primeiro trimestre de 2014, acima dos 6,2% dos últimos três meses de 2013.
Com a greve, o IBGE apresentará novos dados referentes ao segundo trimestre apenas em 6 de novembro, ou seja, após as eleições -um dos temas mais citados na disputa à Presidência é justamente a estagnação do mercado de trabalho do país, com a fraca geração de postos de trabalho neste ano.
Os números da Pnad Contínua mostram uma taxa de desemprego média no país acima da Pesquisa Mensal de Emprego, restrita às seis maiores regiões metropolitanas do país -o último dado da média dessas áreas é de abril, com taxa de desemprego de 4,9%.
Correio da Paraíba