A vice-presidente do Sindicato dos investigadores da Policia Civil, Suana Melo, rebateu as declarações do deputado estadual Wallber Virgolino (Patri) a respeito da categoria e destacou que a proposta do governo do Estado foi aceita, mas que os policiais segue na luta por melhorias salariais.
Nessa quarta-feira (12), Virgolino chamou os policiais civis de “medíocres, fracos e cornos”. Suana afirmou, em entrevista ao Portal Paraíba.com.br, que o deputado pretendia utilizar a categoria para “projetar um mandato que não chegou a construir em quatro anos”. Para ela, Wallber demonstra uma postura de ingratidão com as pessoa que trabalharam para a eleição dele enquanto deputado e que, “ao contrário de Wallber”, os policiais continuam na luta e “não abandonaram a instituição”.
“No momento em que, em assembleia geral, [os policiais civis] receberam a proposta do governo e deliberaram por ainda continuar na luta de reivindicação de melhorias, é importante destacar que a fala do deputado, com falas inapropriadas, demonstra muito do seu caráter. Somos policiais que trabalham diariamente elucidando crimes complexos. Somos reconhecidos como uma das melhores policias do país e recebemos o pior salário. A luta é para que essa realidade seja mudada”, destacou.
Segundo Suana, nessa construção de negociações com o governo do Estado, a Polícia Civil não sai totalmente satisfeita. “É preciso compreender que o que foi oferecido não contempla as melhorias que devem ser ajustadas. A proposta oferecida inclui algo que é uma demanda das entidades de classe e vai beneficiar os trabalhadores da Polícia Civil, que é discutir o Plano de Cargos e Carreiras. Então quando o deputado critica a postura da categoria, deliberada em assembleia, de continuar a luta, demonstra que ele possivelmente poderia utilizar a categoria para projetar um mandato que, infelizmente, ele não conseguiu construir em quatro anos”, afirmou.
A vice-presidente da Aspol ainda apontou que Wallber nunca foi de luta. “Foi eleito e deveria estar utilizando o mandato para o povo e se preocupando com pautas de interesse da população, que melhorasse a qualidade de vida de todos. Infelizmente ainda precisamos de um representante que possa levar a pauta da segurança pública para as mesas de negociação e que possa articular melhor essas melhorias para que os profissionais, que estão há dez anos recebendo o pior salário do país. Infelizmente alguns gostariam de usar as categorias para alavancar seus mandatos”, continuou.
Suana acredita que apesar de não atender a totalidade das reivindicações e de, por estar dividida em 48 meses, tornará a medida sem melhoria significativa em curto prazo, este é um momento de construção. “Vamos continuar na busca pelo que, de fato, vai trazer a valorização e dignidade salarial para todos os profissionais de segurança. A categoria recebeu a proposta e vai continuar na luta”, explicou.
A vice-presidente ainda pontuou que a incorporação da bolsa desempenho tem a incidência de impostos que a população terá que pagar e que o pessoal da ativa vai ter vir com outras propostas. “Uma delas o governo já sinalizou, que é a criação de uma comissão para discutir o PCCR, já na próxima semana. Acreditamos que possa avançar e trazer o reconhecimento dos trabalhadores da segurança pública.
Entenda:
Após os agentes da Polícia Civil aceitarem a proposta de reajuste do Governo do Estado, que propôs incorporar 100% da bolsa desempenho em 48 meses e reajuste salarial de 10%, o deputado tachou os colegas de profissão de “medíocres”. “Vocês são fracos de verdade, pense num povo medíocre. Tem que ganhar pouco essas desgraças. Nem coragem de lutar tem, me envergonha essa categoria, me envergonha. Eu quero pegar um corno desse dizendo que eu não faço nada pela Polícia Civil, porque pense num povo fraco, medíocre, nasceram para serem escravos”, disse.
O deputado continuou: “Por isso que eu virei deputado, porque não aceitei a coleira, as rédeas em mim. Mas o povo fala em lutar, crescer, mas a Polícia não vai mudar é nunca, vai ficar essa desgraça a vida todinha porque são fracos, gostam de serem tratados como moleques e escravos”, concluiu.
Fonte: Polêmica Paraíba com Paraíba.com
Créditos: Polêmica Paraíba