API: o preço da dignidade

Walter Santos

A Associação Paraibana de Imprensa vive a dicotomia dos tempos de aguçamento político sendo afetada na sua estrutura física, na proporção inversa em que se põe de pé altiva como chama da vigilância cidadã que se insurge em favor da liberdade de expressão e do livre pensamento na sociedade.

A abordagem agora é fruto de um fato deprimente, ao mesmo tempo esclarecedor sobre a fase em que vivemos na atualidade. Em face das chuvas, a presidenta da API, Marcela Sitônio, acaba de revelar que a sede central da entidade, em João Pessoa, corre riscos de desabamento do teto por falta de reparos.

Mas não é por incapacidade de gestão ou de desleixo da digna representante da Midia paraibana, até porque ela não se cansa de articular junto à iniciativa privada, inclusive os meios de comunicação de maior força econômica, meios de superação só que a insensibilidade é maior do que os argumentos expostos pela incansável presidenta.

Pior, e o maior dos maus exemplos, é que tudo advém da constatação de que inúmeras vezes Marcela Sitônio bateu às portas do Governo do Estado e da Prefeitura de João Pessoa em busca de apoio que, por exemplo foi cedido ao Sindicato dos Jornalistas, mas à API a resposta foi categórica: Não.

Lamentavelmente há um dado mais cruel e doloroso à história da entidade porque por trás das negativas está a orientação do Secretário de Comunicação, jornalista Nonato Bandeira, ex-presidente da API.

Tudo isso exclusivamente porque a presidenta da Imprensa não se curva aos poderosos diante de inúmeras atitudes afetando a liberdade de expressão e, sobretudo, atacando a vida profissional em diversos aspectos, muitos deles construindo a demissão de jornalistas, radialistas, enfim de profissionais de comunicação.

Como pode, meu Deus, o aparelhamento político – ideológico construir tamanho retrocesso negando-se alguns reais para reestabelecer a normalidade de uma entidade que, felizmente, honra com sua vigilância cidadã.

Ainda bem que na Paraíba há entidades dignas de sua história, dignas de nossa solidariedade sempre, até porque nenhum governo pode sufocar a liberdade de expressão, muito menos a democracia com esteio da sociedade.

AINDA HÁ TEMPO

O poderoso Secretário de Comunicação tem à frente ainda todas as condições concretas de superar este registro de retrocesso na sua relação com a entidade que um dia presidiu. Basta mandar a SEPLAN por em execução o projeto de restauração que está lá mofado por ordem político.

É muito mais recomendável superar traumas do que aguçá-lo na história, que não falha nunca e marca cada um com seus atos para sempre.

UMAS & OUTRAS

…Impressiona a capacidade que muita gente tem tido de ascender economicamente em tão pouco tempo. Agora mesmo um Sobrinho famoso acaba de adquirir uma lancha pela humilde bagatela de R$ 400 mil. Haja capacidade!

…Mas o time de capazes é muito maior. Ah! Quando me lembro dos cheques voadores!!!