Os pré-pagos na área de saúde são desvantajosos para o bolso e a saúde do consumidor, constatou a Proteste – Associação de Consumidores ao compará-los com os Planos de Saúde autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O consumidor pode ter que desembolsar até 15 vezes mais em comparação com um plano integral, que dá direito ao atendimento completo.
Para analisar as condições desses produtos com os planos autorizados, a Proteste montou dois perfis, comparando três opções: cartão pré-pago; plano ambulatorial, que cobre só consultas e exames; e plano integral, que dá direito ao atendimento completo (esses dois últimos registrados na ANS).
Para o perfil 1, simulando o caso de uma mulher de 25 anos que precisasse fazer três consultas por mês e um exame de endoscopia digestiva alta com biópsia, o custo pela pré-pago seria o dobro (R$ 535,48) de um plano ambulatorial registrado na ANS (R$ 258).
Já para o perfil 2, envolvendo o caso de um homem de 35 anos que necessitasse de três consultas mensais e internação por um dia, enquanto no plano integral de convênio da Unimed Rio passaria de R$ 406,14 para R$ 1.253 a R$ 6.053. Ou seja, o custo varia de 3 a 15 vezes mais.
ANS não regulamenta
A ANS não regulamenta esse mercado de pré-pago e ainda proíbe o envolvimento das operadoras de planos de saúde. Além disso, o Conselho Regional de Medicina e a Proteste, além dos demais órgãos de defesa do consumidor são contra a comercialização do produto. No Rio de Janeiro e em São Paulo, a Ônix Serviços de Valor Agregado opera o sistema usado por duas empresas no mercado que oferecem o serviço: a Clube Azul Vida Saudável e a Vale Saúde Sempre.
Da mesma forma que os cartões pré-pagos nas telefônicas e no transporte público, os de saúde também funcionam por meio de uma recarga prévia. O consumidor precisa adquirir o cartão de desconto – como também é conhecido -, pagando uma taxa de adesão, que varia de acordo com o plano. Há um kit com o cartão e as condições do produto. O sistema prevê recargas, conforme o valor da consulta ou do exame, nos postos credenciados.
Correio da Paraíba