- Na sessão desta terça-feira (22/10) na ALPB, o deputado estadual Anísio Maia (PT) defendeu os camponeses pobres que lutam pela reforma agrária e criticou a truculência da Polícia Militar e, em especial, o descaso do Governo do Estado com a questão. Durante a manhã e a tarde desta segunda-feira, cerca de 2.500 pessoas realizaram uma ocupação no Centro Administrativo Estadual, na Capital, para exigir que o governador Ricardo Coutinho cumpra com sua palavra e receba uma comissão de trabalhadores para negociar a pauta de reivindicações apresentada.
O ato foi organizado pela Via Campesina, articulação internacional que, na Paraíba, está composta pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Quilombolas e Comissão Pastoral da Terra (CPT).
“Há quanto tempo o Governo Estadual está enrolando os trabalhadores rurais assentados da Paraíba?! Quem é que aguenta dois anos e oito meses só dizendo ‘vou fazer’. O Governo Estadual joga toda a responsabilidade da reforma agrária nas costas do Governo Federal. O Governo Estadual não tem nenhuma responsabilidade com a reforma agrária?!”, indagou o deputado.
Como prova a pauta de reivindicações do movimento, há muitas coisas que poderiam ser resolvidas no âmbito do Estado. Alguns dos principais pontos são:
1) Convênio do Governo do Estado com o Incra para desapropriação de terra por interesse social.
2) Direcionamento de 600 hectares de terra no sul do Estado que já foram desapropriados do Engenho Maravilha para a reforma agrária e não para atender os interesses de grandes empresas privadas.
3) Construção de seis escolas do campo nos assentamentos rurais.
4) Infraestrutura para os assentamentos onde faltam água, luz, postos de saúde e estradas para o escoamento da produção.
5) Construção de barragens e entrega dos kits de mecanização para a limpeza de barragens já existentes; além da priorização de projetos para os assentamentos via Projeto Cooperar.
6) Implantação de dez farmácias vivas nos assentamentos da Via Campesina.
“Entre outras coisas, os trabalhadores reivindicam intra-estrutura para os assentamentos. As Várzeas de Souza são o caso mais gritante. De um lado da rodovia, uma bonita propriedade de um gigante da agricultura, com muita água, bem irrigada, e, do outro, um monte de gente vivendo em casebres, sem nenhuma assistência. Sendo assim, um dia, a paciência se esgota”, denunciou Anísio.
E finalizou: “O governador anunciou R$ 8 milhões para os assentamentos, o que é uma ninharia para sanar os graves problemas existentes. Deveria fazer como faz com Roberto Santiago, que está recebendo de presente um viaduto em Mangabeira só para o povo ir para seu novo shopping. Na verdade, o Governo é o culpado de tudo, pois provoca o movimento e faz cera para receber suas lideranças”.