Na sessão desta quinta-feira (21/11) na ALPB, o deputado estadual Anísio Maia (PT) apontou o comportamento suspeito do novo prefeito de Cabedelo diante da surpreendente renúncia do ex-prefeito Luceninha. Citando o comentário do Jornal da Paraíba intitulado de “As entrelinhas que não se leem”, o deputado disse que, “na verdade, as entrelinha podem ser lidas pela própria foto que acompanha a matéria. Assim que assinou o termo de posse, o vice-prefeito, agora já empossado como prefeito, foi recebido na porta da Câmara Municipal pelo empresário Roberto Santiago, dono do Manaíra Shopping, que fez questão de receber o novo prefeito, ostentando seu carro de última geração, numa demonstração de poder. E o que este empresário queria dizer com isto? Que Cabedelo agora tem dono? Que Cabedelo agora foi comprada? A que preço?”.
Fazendo uma retrospectiva, o prefeito que agora assumiu Cabedelo foi o vereador que articulou toda a bancada para votar contra a implantação do shopping em Cabedelo. A população então se revoltou, foi às ruas e, diante da pressão popular, os vereadores voltaram atrás, anulando a lei que impedia a instalação do shopping.
“Então, cabe à população de Cabedelo a seguinte atitude: olho neles! Pode estar ocorrendo uma grande negociata, um verdadeiro estelionato eleitoral, e a população de Cabedelo pode ter sido vendida. Os eleitores, que em mais de 75% votaram neste candidato podem ter sido rifados por uma negociata. Enquanto isso, olho neles, porque a demonstração de ostentação ontem na porta da Câmara foi para mostrar que o atual prefeito segue uma determinada orientação política, vai ter sempre aquela pessoa para lhe dizer o que fazer.”
Na opinião de Anísio, tudo isso demonstra ainda a fragilidade da política na Paraíba. “Eu falei diversas vezes na época da campanha que os candidatos a prefeito de Cabedelo não tinham propostas, não tinham ideias, não tinham projetos políticos, não apresentavam à população um programa de governo, mas sim praticavam a velha política, que é o exercício de prometer, de enganar, de dizer que quer ser candidato porque quer. Eu tive a oportunidade de participar diversas vezes de reuniões com o prefeito que renunciou, onde ele entrava calado e saía mudo. Aqui mesmo nesta Casa nós convocamos o prefeito de Cabedelo para discutir questões importantíssimas, e ele não se pronunciava. Eu dizia: como é que vocês confiam num prefeito que não fala, que não expressa suas ideias?!”, finalizou.