Análise política: Cadê a unidade da bancada federal da Paraíba?

Por Josival Pereira

Cadê a unidade da bancada federal da Paraíba? A política da Paraíba parece comandada permanentemente pela perspectiva das próximas eleições. Pouco importa os interesses do Estado e da sociedade, salvo se servir ao propósito eleitoral.

Feita essa reflexão, impõe-se uma pergunta: onde andam a unidade da bancada federal da Paraíba e as ações conjuntas em defesa de projetos de desenvolvimento do Estado?

Promessas de 2010

Vale lembrar que esse tema frequentou bem a campanha eleitoral de 2010. Grande parte da população e a imprensa reclamavam da falta de unidade dos políticos paraibanos e sustentavam que as constantes brigas entre grupos e facções atrapalhavam o Estado. Muitos candidatos assumiram compromissos na campanha. Um deles era o de lutar pela unidade da bancada, em Brasília.

Iniciativa de Ruy

Logo no início de 2011, o deputado Ruy Carneiro tomou a iniciativa de propor a unidade em torno de algumas ações. Não conseguiu. Houve dispersão. Avaliou-se à época que parlamentares mais experientes evitaram passar a impressão de que Ruy estaria liderando o movimento. Houve quem falasse em ‘ciúme’ como causa do fracasso da unidade.

Unidade e ações

Algum tempo depois (ainda em 2011) e em 2012, foi possível se costurar certa unidade da bancada e a realização de várias ações em favor do Estado. Foram realizadas audiências no Ministério da Educação em favor das duas universidades federais do Estado (UFPB e UFCG), na Secretaria dos Portos cobrando a liberação de recursos para o Porto de Cabedelo, no Ministério da Integração Nacional e no Ministério da Saúde, entre outros.

Em reuniões, a bancada federal chegou a definir uma pauta essencial de reivindicações e a pedir uma audiência à presidente Dilma Rousseff para cobrar projetos estratégicos de desenvolvimento para a Paraíba. Parou aí.

Demonstração de esforços

Pelo jeito, em 2011, a campanha ainda estava fresca e houve esforços para se cumprir promessas feitas em entrevistas, debates e perante o eleitorado. Em 2012, havia uma campanha eleitoral em curso. Alguns parlamentares foram candidatos e outros integravam esquemas que disputavam Prefeituras importantes. Era preciso demonstrar esforços.

Esvaiu-se a unidade

Depois da campanha eleitoral e das reuniões para definição das emendas ao Orçamento da União cada parlamentar foi para seu lado e não se falou mais em união pela Paraíba. A bancada dissolveu-se. A unidade esvaiu-se.

Projetos pessoais

Fica a impressão de que a proximidade da campanha eleitoral de 2014 faz com que cada parlamentar só pense em sua reeleição ou eleição para novo cargo. Reina a imposição de projetos políticos pessoais ou de grupos. Os interesses coletivos ficam em segundo plano. O Estado vira apenas palco de mais uma eleição e desenvolvimento pode até atrapalhar. Tristemente, parece ser assim que se pensa e se faz política na Paraíba.