Ainda em Uiraúna...

Bruno Filho

Esta querida cidade do nosso sertão, que completa apenas 59 anos de emancipação política, tem uma história ligada as comunicações na cidade de São Paulo muito grande.Mandou para lá em meados da década de 60 um radialista franzino,simpático e espirituoso que estremeceu a audiência radiofônica da Megalópolis.

O querido Barros de Alencar, irmão da minha amiga Virginia, uma “craque” de produção artística e jornalística e uma das mulheres mais polidas e educadas que conheci na minha vida, com quem tive o prazer de trabalhar. Através dela tomava conhecimento de histórias desse grande artista, seu irmão.

Barros fez um sucesso tão grande em São Paulo, que nas ruas não era necessário ter rádio para ouví-lo, era preciso apenas não ser surdo. Todos ouviam Barros de Alencar nas manhãs paulistanas.Seu jeito doce, e com um “brega-chique” ditava regras e pautava tudo o que se esperava de um rádio popular.

Chegou a ter um Ibope, que era o dobro dos concorrentes somados.Um fenômeno. Nunca mais ouvi o pequeno menino Cristóvão de Uiraúna.Parece que adoeceu..torço por ele.Mas não ficou só por aí não. Vou agora falar de dois irmãos paraibanos e uiraunenses que também fincaram bandeira em São Paulo.

O grande José Neumanne Pinto, que além de escritor do primeiro time, homem de academia, ditou regra com seu comentário político. Nunca houve ninguém com a sagacidade dele ao abordar algo na política,pelo menos na minha ótica de ouvinte.

Neumanne na política seria Joelmir na economia,palavras fáceis de entender para aqueles que nunca foram “experts” na matéria.Êita Uiraúna ! que média de capacitados por metro quadrado, será que isso se explica ? Não paramos por aí,claro que não.

Na mesma família…Anchieta Filho, a voz marcante do famoso Jornal da Manhã, pauteiro de quase todos os outros, líder de audiência, e ouvido pelas classes A,B,C,D,…F…Z.Não há ouvinte de rádio que não reconheça a voz do Anchieta.Tempo para isso não falta, pois o transito paulistano permite jornais de 3 horas de duração.

Com a marca registrada do “Repita…” ao dizer a hora certa,sinto saudades dos tempos em que era ouvinte.E com isso quero reconhecer o valor dos bons profissionais, que no meu conceito podem aprender com a vivência, mas que na sua essência já nascem feitos, independentemente do local aonde a “cegonha” os coloca.

Parabéns Uiraúna,a ” Paris do Sertão “, e orgulhe-se de seus filhos comunicadores, devem haver muitos mais que eu não conheço, mas gostaria de conhecer, acho que não faltará oportunidade , a cada dia que passa aprendo um pouco mais com a querida e linda Paraíba.

Espero um dia poder escrever também que a sêca não existe mais…que a fome não assola mais…que o gado não morre mais…ficaria extremamente feliz em fazê-lo, até em homenagem aqueles que partiram lutando e aqueles que atravessaram milhares de kilômetros para serem vencedores.

Bruno Filho, jornalista e radialista, que ainda não conhece Uiraúna,mas vai conhecer…com certeza !

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