Agra diz que é abissal a diferença entre a sua gestão e a administração de Cartaxo

POR JOSIVAL PEREIRA

O vocábulo abissal tem como alguns de seus significados, nos dicionários da net (para ser mais simples e prático), expressões como abismo, aterrador, horrível, insondável, tétrico, descomunal, que causa espanto, pavor.
A zona abissal é a camada da zona pelágica situada na profundidade do leito oceânico. Trata-se do ecossistema marinho localizado na região mais profunda dos oceanos. As planícies abissais estariam situadas entre 6000 e 11000 metros. Enfim, é um lugar aonde nunca chega a luz do sol.

Pasmem! Pois é exatamente esta – abissal – a diferença, segundo as palavras usadas pelo próprio ex-prefeito Luciano Agra (PEN), entre sua gestão à frente da Prefeitura de João Pessoa e a gestão do atual prefeito Luciano Cartaxo.
Em termos mais práticos, Agra disse que sua gestão era absolutamente técnica e a de Cartaxo seria uma gestão política.
Na entrevista que concedeu, durante sessão pública sobre o meio ambiente, na Assembleia, o ex-prefeito Luciano Agra ainda mostrou-se simpático em relação ao prefeito Luciano Cartaxo, que ajudou a eleger, negou boatos sobre suposto rompimento político, mas, pelo vocábulo usado para comparar as duas administrações, impossível esconder que não existe mais a menor simpatia entre os dois. Na verdade, o correto mesmo talvez seja se afirmar que é abissal a distância política entre ambos.
A questão é que, a rigor, não existem maiores diferenças entre as gestões dos dois Lucianos. O primeiro não teve nem dois anos no governo e pegou uma gestão em andamento, substituindo o então prefeito Ricardo Coutinho, que renunciou para ser candidato a governador. Agra usa o fato de ser então vice-prefeito e ter sido secretário de Planejamento para se apossar dos programas de governo em execução. O segundo ainda não teve tempo de imprimir sua marca e grande parte do que faz é continuidade da gestão anterior.
Qual a diferença, então? A diferença está no campo da política, provavelmente provocada por expectativas frustradas de ocupação de espaços político-administrativos, de um lado, e de necessidade de afirmação de poder, do outro.
Em verdade, o que fica é a lição da má política que se pratica na Paraíba. Partidos e lideranças se juntam para disputas eleitorais movidos apenas pela raiva ou interesses pessoais. Não se firma nenhum acordo em torno de programas ou projetos de governo.
Isso é aterrador, tétrico, horrível, insondável. Abissal.