O presidente Jair Bolsonaro (PSL) comentou nesta terça-feira (18) sobre os envios em massa de mensagens a favor de sua campanha eleitoral pelo WhatsApp e afirmou que, assim como houve disparos favoráveis, também houve milhões de mensagens contrárias.
As declarações foram feitas após cerimônia de hasteamento da bandeira nacional que contou com a presença de ministros e do novo secretário de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, que substituiu o também general Carlos Alberto dos Santos Cruz. “Teve milhões de mensagens a favor da minha campanha, e talvez alguns milhões contra também”, afirmou, ao ser questionado sobre o assunto.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta terça revelou que empresas brasileiras contrataram uma agência de marketing na Espanha para fazer, pelo WhatsApp, disparos em massa de mensagens políticas a favor de Bolsonaro, então candidato à Presidência.
A publicação teve acesso a gravações obtidas do espanhol Luis Novoa, dono da Enviawhatsapps. Nos áudios, ele diz que “empresas, açougues, lavadoras de carros e fábricas” brasileiros compraram seu software para mandar mensagens em massa a favor de Bolsonaro.
À reportagem da Folha de S.Paulo, o empresário espanhol disse não saber que seu software estava sendo usado para campanhas políticas no Brasil e que só tomou conhecimento quando o WhatsApp cortou, sob a alegação de mau uso, as linhas telefônicas de sua empresa.
O WhatsApp confirmou à Folha de S.Paulo que cortou linhas da empresa. “Não comentamos especificamente sobre contas que foram banidas, mas enviamos uma notificação judicial (Cease and Desist) para a empresa Enviawhatsapps.”
Não há indicações de que Bolsonaro ou sua equipe de campanha soubessem que estavam sendo contratados disparos de mensagens a favor do então candidato. Procurada pela reportagem da Folha de S.Paulo, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto afirmou que não iria comentar.Doação de empresas para campanha eleitoral é proibida no Brasil. Doações não declaradas de pessoas físicas também são ilegais.
ENTENDA O CASO
Empresários – Em 18 de outubro de 2018, o jornal Folha de S.Paulo revelou que empresários impulsionaram disparos por WhatsApp contra o PT na campanha eleitoral. O serviço foi vendido pelas agências Quickmobile, CrocServices e Yacows. Uma ação foi aberta no TSE para apurar o caso.
Fonte: Folhapress
Créditos: Folhapress