Acidente: Rômulo Gouveia aponta falha humana

O vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia, afirmou ontem que o acidente com o avião que transportava o governador Ricardo Coutinho, ocorrido na última sexta-feira, 25, teria sido provocado por falha humana. O piloto Nilton Pinheiro já foi ouvido de forma preliminar pelos peritos da aeronáutica, mas terá de se apresentar em até 30 dias para prestar novo depoimento ao Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II), em Recife.

O piloto informou que só vai se pronunciar após a conclusão do relatório da investigação e a versão dele apresentada aos peritos não foi divulgada pelo Seripa II. O órgão terá um prazo de 30 dias para encaminhar o laudo preliminar ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), com sede em Brasília, que por sua vez terá um prazo de até um ano para concluir as investigações.

Mas para o vice-governador Rômulo Gouveia, a principal causa do acidente pode ter sido mesmo um ‘erro’ do piloto, que sofreu o acidente na primeira vez em que prestou serviços ao governo de Estado. “O piloto era experiente, mas era a primeira vez que ele viajava com o governador. Foi uma falha humana natural, e que graças a Deus só houve danos materiais”, disse.

Ao avaliar as causas do ‘pouso forçado’, o vice-governador destacou as condições de aterrissagem na pista do Aeroclube de Campina Grande, localizado em São José da Mata. O local não possui pista asfaltada. “Poucas pessoas conhecem a pista do aeroclube, e por mais que um piloto seja experiente, existe um receio de pousar em um local que não se conhece”, afirmou. Ele revelou ainda que o piloto pode ter cometido um ‘esquecimento’ ao proceder as manobras de praxe. “Aquela região tem muito vento, e a primeira tentativa foi frustrada. Na segunda tentativa de pouso, o piloto esqueceu de baixar o trem de aterrissagem”, avaliou. Segundo a nota oficial do governo do Estado, houve um problema no trem de pouso que não abriu.

No final da tarde de ontem, Rômulo esclareceu que suas declarações refletem uma opinião pessoal dele sobre o caso e destacou a necessidade de se aguardar os laudos periciais. “Fui perguntado sobre o caso e expressei minha opinião, mas claro que só o laudo poderá definitivamente apontar as causas. Mas pela experiência que tenho, acredito que estas podem ter sido as causas”.

INSPEÇÃO MÉDICA
Para os peritos que avaliaram o caso, ainda é cedo para apontar as causas do acidente, mas a possibilidade de falha humana será investigada. De acordo com o tenente-coronel Luiz Cláudio Veloso Gonçalves, perito do Seripa II que veio à Paraíba investigar o caso, ainda não se sabe o que provocou o não funcionamento do trem de pouso. “É possível que tenha havido falha humana ou do equipamento. Ele arremeteu na primeira tentativa e aconteceu o acidente na segunda, é possível que ele tenha esquecido de acionar o trem de pouso ou que o equipamento não tenha funcionado. Podemos afirmar que houve uma aterrissagem sem trem de pouso, isso é fato e não depende de análise. Não podemos adiantar nada até a conclusão do relatório”, disse.

Antes da conclusão do relatório preliminar, o piloto Nilton Pinheiro terá de se apresentar ao Seripa II em Recife e além de prestar novos esclarecimentos terá ainda de passar por uma inspeção médica realizada pela equipe da aeronáutica, procedimento padrão nestes casos. “A comissão de investigação é multidisciplinar e além do que vimos, ouvimos e fotografamos durante a perícia, o piloto deve ser ouvido ainda por psicólogo e médico. As conclusões serão divulgadas no relatório final”, afirmou Veloso. O piloto está com a licença temporariamente suspensa. O governo não vai se posicionar oficialmente sobre as causas do acidente até o término da perícia, informou o coronel Fernando Chaves, chefe da Casa Militar. “A responsabilidade das investigações é da Aeronáutica.

Não haverá como dizer se foi falha humana ou mecânica antes do final das investigações”, disse.

Do Blog com JP OnLine