A violência trivial

Marcos Tavares

Assalto a banco ou era tema de filme ou coisa muito séria que ocorria, uma vez por ano, e rendia conversas para não acabar mais. Rendia. Hoje assalto a banco é uma trivialidade diária que os telespectadores já se acostumaram a ver na abertura do jornal. Diariamente uma agência é assaltada, um caixa explodido, um correspondente bancário violado, numa rotina que não impressiona mais ninguém, nem mesmo a polícia. Neste final de semana, bandidos assaltaram duas agências do mesmo banco na Epitácio Pessoa. Não foi no Alto do Mateus nem no Porto de João Tota, foi na principal artéria da cidade, na cara da polícia.
Em Campina Grande, arrombaram um shopping no centro da cidade e a polícia chegou tarde, como sempre acontece nesses casos. Não faz uma semana, tomaram Princesa Isabel na bala e botaram pra correr povo e autoridades numa carrada só, num descalabro de violência que antes era inimaginável, mas que agora faz parte de nossa rotina e com que temos de conviver. Não se sabe mais o que pretendem os bandidos para tomarem de vez conta do Estado e decretarem a falência total de nossos aparelhos de segurança.
Pode-se dizer que a violência é um fenômeno nacional, mas nos termos em que ela se encontra na Paraíba é difícil de ver. Nem mesmo nas grandes metrópoles, as ocorrências de violência ao vivo e assaltos atrevidos são tão flagrantes. É preciso mudar alguma coisa, e mudar rápido enquanto a população ainda não chamou para si o trato com a violência ou voltaremos ao estado tribal, a lei do mais forte, onde o Estado é apenas uma ausência lamentável.
Muro
Ricardo Coutinho joga duro e diz que nunca ficou em cima do muro. Com isso, admite seu apoio ao candidato Eduardo Campos e acaba com as acusações de que poderia ser um aliado de Dilma disfarçado.
É um ato de coragem dizer que não vota em Dilma nesse Brasil de hoje, mas a Paraíba tem tão pouco a perder junto ao Governo Federal que Ricardo Coutinho joga sem medo, nem mesmo o medo do apoio popular a Dilma que ele sabe ser bem diferenciado da política estadual.
Dilma é eleita porque dá a bolsa família. Já o governador é eleito por outros fatores onde a presença federal pesa pouco.
Tema
Aécio Neves já escolheu o tema de sua campanha. Será o retorno da inflação, um tema que faz medo a Dilma, seus assessores e marqueteiros.
O PT não pode por hipótese nenhuma ficar registrado – nem a administração Dilma – como o partido e a presidente que trouxeram a inflação de volta ou toda sua política popularista seria derrubada.
Por isso Eduardo vai bem na ferida, onde dói mais.
Águas Irreais

Outra vez, outro ministro, dessa vez Crivella promete o esperado porto pesqueiro em Cabedelo.
De tanto ser sonhado, um dia ele se torna real.


Justiça

Tardiamente, mas muito acertada a mudança do nome do ex-reitor Guilhardo Martins – saído das fileiras do Exército – pelo do estudante José Roberto, assassinado pela mesma ditadura que entronizou Martins. Justo, muito justo.

Belo sonho
Botafogo campeão paraibano depois de dez anos. Nada mais merecido.
Agora a torcida começa a sonhar com o acesso para o Brasileiro Série C. É possível.

Repartindo
É inadmissível a criação de mais municípios na Paraíba, apenas para atender injunções políticas.
Essa política de repartir a miséria já provou ser sem resultados.

Crise
O terremoto iniciado entre PT e PMDB pelo amor de Dilma, sai de Brasília e ameaça derrubar palanques pelo país a fora.
Na Paraíba, o impasse já está criado por Veneziano.

Nome
É estranho como Roberto Paulino adora ser vice de Maranhão.
Nem a primeira experiência desastrosa o afasta da companhia de Zé na direção do PMDB.
Frases…

Angelical – Expulse seus demônios e eles levarão junto seus anjos.
Humanidade – Os pecadores são bem mais humanos que os santos.
Poderosos – O poder é uma janela onde seus erros e acertos são mostrados.