A sucessão na PB vista de longe

João Manoel de Carvalho

O desfecho das eleições municipais desloca o foco da política paraibana para o ano de 2014 e, como um ato reflexo e automático, conduz o debate político para o processo sucessório estadual.

Embora estejamos a dois anos do pleito de 2014, já se divisam, pelo menos, duas candidaturas bastante visíveis e quase ostensivas: do lado do Governo, a do governador Ricardo Coutinho, virtual postulante à reeleição, e pelas oposições, o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo.

Correram por fora as candidaturas do senador Cássio Cunha Lima e a do prefeito recém eleito em João Pessoa, Luciano Cartaxo. O mais lógico é que ocorra o tradicional confronto entre o PMDB e o PSDB, tal como vem se tornado corriqueiro na vida política paraibana.

Mas,como a política quase sempre não tem lógica, não é de todo improvável que o quadro sofra mudanças surpreendentes e, nesse contexto, possamos até ter três ou quatro candidatos competitivos.

A candidatura do governador Ricardo Coutinho parece ser a mais viável, tanto quanto a de um peemedebista, que no caso, concentramos no nome do prefeito de Campina Grande, porque não surgiu até agora, nenhum quadro da oposição com maior visibilidade quanto o Sr. Veneziano Vital Rêgo.

Embora ainda não se tenha declarado, formalmente, candidato a um segundo mandato, o Sr. Ricardo Coutinho se mobiliza como tal, inspirado, talvez, na sua própria experiência pessoal vivida quando foi eleito e reeleito com votações consagradoras para a prefeitura da Capital, em 2004 e 2008.

Ademais o Sr. Ricardo Coutinho tem voltado as atenções do seu Governo para realizações maciças em João Pessoa, sem prejuízo das efetivas realizações que tem promovido no interior, onde tem conseguido projetar uma boa imagem para a administração estadual.

De sua parte, os petistas, sempre ávidos pelo poder, enxergam na retumbante vitória obtida pelo seu candidato, o deputado Luciano Cartaxo, nas eleições municipais, que lhes conferiu, pela primeira vez, a conquista do Poder em João Pessoa, a oportunidade de ampliarem suas forças a nível estadual e de se colocarem em condições competitivas para o pleito sucessório de 2014.

Já a candidatura do senador e ex-governador, Cássio Cunha Lima constitui uma hipótese longe de se materializar em m2014, já que, aparentemente, ele ainda aposta na manutenção da aliança com o governador Ricardo Coutinho, possivelmente estimulado pelo refrão muito utilizado nas disputas esportivas, segundo o qual, “não se deve mexer em time que está ganhando”. Esse refrão serve como referência subliminar à bem sucedida aliança que ambos celebraram em 2010 e culminou com a airosa de um ao Senado e outro ao Governo do Estado.

Ainda, mais se se considerar que o senador Cássio Cunha Lima dispõe de um mandato até o ano de 2018 e teria até lá tempo suficiente para amadurecer uma decisão mais compatibilizada com o seu projeto de voltar a governar a Paraíba.

Exemplo do Laureano
Ninguém, de boa fé, poderá negar a posição privilegiada do Hospital Napoleão Laureano pela elevada qualidade do atendimento oferecido aos seus usuários. Trata-se hoje de um dos melhores, senão o melhor hospital para tratamento de câncer na região nordestina. Para chegar a essa excelência, não se deve obscurecer o trabalho realizado pelo presidente da Fundação ALurenao, o consagrado médico Antônio Carneiro Arnaud e do diretor do Hospital, o incansável João Batista Simões. Eles se contituíram nas duas vigas mestras indispensáveis ao soerguimento daquela instituição hospitalar.

O salto do PT
Embora reconheça que o seu partido, o PT, não tenha tido um desempenho eleitoral no interior do Estado compatível com a espetacular vitória alcançada em João Pessoa, o prefeito eleito Luciano Cartaxo considera, contudo, que o sucesso obtido por ele na Capital, por si só, será capaz de irradiar densa influência política pelo resto da Paraíba e credenciar o PT a vôos mais altos na vida política paraibana. Ele admitiu, sublinarmente, que o Partido dos Trabalhadores poderá vir a disputar o processo sucessório estadual, em 2014.

Frase
“O capitalismo bom é aquele que promove o desenvolvimento, cria emprego e distribui renda. Infelizmente, o capitalismo em si caminha sempre na direção da concentração da riqueza mundial. É o seu mal congênito”. (William Baumol, professor, sociólogo e pensador político)