“O vírus da violência se espalha numa velocidade supersônica, na região sertaneja. Sensacionalismo, tentativa de apavorar a população, profetismo de mau agouro? Não. Trata-se de uma realidade sociológica perceptível, sentida, vivida. A situação no momento é dramática.
A violência está campeando, noite e dia, tomando dimensão inimaginável. Não escolhe, simplesmente atinge de cheio qualquer cidadão, qualquer pessoa humana. Está de assombrar.Confesso, o pavor toma conta das pessoas.Nas conversas cotidianas,a temática é sempre a violência.Nos programas de rádios,as manchetes são chocantes: violência mais violência!
Agora, num tom profético, questiono: cadê os segmentos representativos da Sociedade? O que estão fazendo, de concreto, para amenizar esse drama? Cadê os cristãos, na luta contra esse mal? Estão só rezando, orando? Onde estão as instituições nesta hora dramática da história sertaneja? Cadê nossos artistas, nossos intelectuais, os estudantes, os profissionais liberais, os dirigentes sindicais, os movimentos sociais, as lideranças religiosas? Cadê o nosso grito, cidadão ou profético, contra essa realidade de morte? Será que estamos com medo de entrar na luta pela vida?
Tem que haver, sem sombra de dúvida, uma reação da Sociedade. Um grito de alerta tem que ser dado. Esse estado de coisa não pode continuar. Ficar de braços cruzados, inertes diante dessa onda avassaladora da violência, é não querer comprometer-se com a defesa da cultura da vida.
Como cidadão, sugeria que houvesse no sertão, seminários para debater as causas que estão levando o crescimento espantoso da violência, e os meios viáveis a serem aplicados na solução desse mal.
Uma coisa é certa, ou a Sociedade Civil Organizada reage, ou vai ter que ficar refém dessa trágica realidade,que liquida a paz, que mata.
O alerta está dado!”
Padre Djacy Brasileiro