A serpente e o Abaluaê

Marcos Tavares

Bem mais antigos e sábios que nós, ocidentais, os chineses já estão no ano de 4710, e 2013 será, segundo seu calendário lunar, o ano da Serpente, animal considerado sagrado pelas suas religiões. Na Umbanda, o próximo ano será regido por Obaluaê, o vovô dos orixás, protetor dos pretos velhos e das almas benditas. No calendário gregoriano, que conta o tempo a partir do presumível nascimento de Jesus, estamos bem atrasados em relação a outros povos. Mas, como a cultura ocidental é predominante, a nossa data rege os negócios e o calendário mundial mesmo em países onde a tradição religiosa é bem diferente.

Há uma prevenção tradicional contra o número 13. Os americanos não contam o 13º andar e na Fórmula 1 não existe o carro 13. Segundo os estudiosos isso teria raízes na Santa Ceia onde estavam 12 apóstolos e Jesus, 13 pessoas. No Tarô a carta 13 é a da morte e a Apolo 13 quase não consegue voltar a Terra e completar sua missão. Para outras pessoas, como Zagallo, o 13 é o número da sorte e elas passam por cima de tradições e lendas ignorando solenemente o azar destinado a essa data. Como pérola da cultura inútil temos o termo “triscoidecafobia”, que é o ato ou ação de temer o número 13.

No ano que chega, as expectativas de pais-de-santo, astrólogos, futurólogos e afins é de um ano voltado para o materialismo por conta da regência de Saturno, que comandará o período. Como sempre, previsões catastróficas e otimistas. De certo teremos a prisão dos implicados no ‘mensalão’ e o rescaldo da maior seca das últimas décadas no Nordeste. A guerra da Síria continua, bem como os conflitos entre palestinos e israelenses. A Europa entra o ano em crise e dificilmente sairá dela sem convulsões. Venha o que vier, nos esperam mais 365 dias de vida, isso para os felizardos que não embarcarem nesse próximo ano para a viagem final.

Liseu

Línguas viperinas afirmam que a tentativa do prefeito Agra de remanejar parte do orçamento do Plano Diretor para outros fins – proposta rejeitada pela Câmara – teria como objetivo dar mais oxigênio a Cartaxo no início da gestão, já que as contas municipais estão apertadas.

Muito embora ninguém oficialize o fato, parecer da Comissão de Transição já alertava para a real situação financeira que atravessa a prefeitura da capital, nada confortável. Despesas feitas para alicerçar a candidatura de Cartaxo e nomeações em excesso teriam provocado o problema.

Preço

Mal entra na prefeitura, Cartaxo já começa a pagar o preço do poder. Ele pode ser obrigado a sancionar o aumento dos transportes coletivos, uma medida sempre antipática. Mesmo que Agra faça isso antes de sair, a barulheira que se segue a todo aumento deve cair nas costas do novo prefeito, mal ele sente na cadeira do Paço Municipal.


Herança

Vale a pena ver o Salão de Artesanato no Jangada Clube. A qualidade e diversidade das obras expostas ainda dá mostra do eficiente trabalho da ex-primeira-dama Sílvia Cunha Lima quando dirigia o setor.

Pudor

É absoluta falta de pudor a prefeita de Pombal aumentar seu salário para R$ 20 mil num município alquebrado pela seca, pela fome e pela miséria.

É uma tapa na cara do eleitor. Merecido, aliás.

Bandeira Branca

O vice-prefeito eleito Nonato Bandeira já entra com um salário bem reforçado.
Essa remuneração deve socorrê-lo de eventuais gastos na campanha que começou franciscana, mas terminou gorda.

Isolada

Depois de muito lutar, a secretária Roseana Meira terminou só e isolada.
Ninguém quer briga com administrador que está entrando, com todos os cargos ainda a preencher.

Limpeza
Terminou nas mãos do PT – Anselmo Castilho – a cobiçada presidência da Emlur, um dos órgãos que têm vida financeira própria na estrutura municipal.
Vida e escândalos próprios que já abalaram a imagem de vários dos seus gestores.

Noel
Mesmo fora de tempo, tem gente ainda acreditando em Papai Noel e que ele virá na forma de Luciano Cartaxo com um convite de trabalho.
O sonho é livre

Frases…

Especial – Políticos são portadores de necessidades especiais. Necessidade de dinheiro…
Artistas – A diferença entre arte e artesanato reside especificamente no preço.
Dominical – Ainda bem que o ano não começa numa segunda.