Na Paraíba de hoje, o discurso é um só. O estado está completamente quebrado, sem dinheiro para resolver a questão do salário dos médicos, impossibilidade para a compra de medicamentos e tudo mais que você possa imaginar. A sensação é de “terra arrasada”, sem um horizonte que aponte qualquer perspectiva de dias melhores, numa área tão crucial para a vida dos que mais precisam do serviço público hospitalar.
O impressionante é que quando confrontamos outros aspectos do atual cenário do novo governo, observamos um “blefe”, que pouco a pouco vai caindo por terra, na medida em que tomamos conhecimento de determinadas situações.
Senão vejamos: se é verdade que o governo não tem como resolver as pendências cruciais, que envolvem os atuais problemas da saúde, que tem orçamento próprio, pré-determinado, mediante a junção constitucional de recursos do Ministério da Saúde e do próprio tesouro do estado, porque tenta esboçar tranqüilidade financeira em outras áreas, capaz até de anunciar investimentos de milhões de reais em obras de recuperação de estradas, recuperação de escolas e pavimentação de ruas?
Tudo bem. Alguém pode até dizer que obras em outros setores do estado serão bancados por recursos que virão de empréstimos junto ao BNDES e a Companhia ANDINA de fomento, além de repasses oriundos do Governo Federal. Certo. Certíssimo. Mas, todo mundo também sabe, por menos entendedor que seja, que existe uma coisinha chamada contra-partida financeira. Portanto, o governo terá que entrar com sua parte no bolo dos investimentos que serão concretizados.
Pois bem. Dito isto, fica claro que o corte brusco e radical, feito pelo governo, no início da gestão do novo governador, significou a estratégia de guardar dinheiro, fazer caixa, uma espécie de poupança. Não seria nada de tão assombroso, senão fossem os prejuízos que essa “poupança” vem causando a setores fundamentais para a vida de muitos pobres paraibanos.
O governo faz “caixa”, guarda o dinheiro que precisará para fazer seu espetáculo mirabolante de bom administrador, às custas do sofrimento das pessoas, que padecem por falta de saúde, de medicamentos e acima de tudo de respeito por parte de um governo que a Paraíba elegeu.
Nilvan Ferreira