A musculatura política de Aguinaldo

Paulo Santos

Não são poucos os políticos aguardando com desmesurada expectativa o teor do discurso da presidenta Dilma Rousseff que será pronunciado, na Paraíba, se ela cumprir a promessa de visitar o Estado em março, ao se referir ao ministro das Cidades, o deputado federal licenciado Aguinaldo Ribeiro (PP).

A ânsia é plenamente justificada. Depoimentos de quem convive nas cercanias do poder, na Esplanada dos Ministérios, informa que Aguinaldo surpreendeu a presidenta com a sua forma de conduzir a missão que lhe foi confiada, depois de assumir sob desconfiança geral porque escolhido quase por exclusão.

Evidente que a musculatura política de Aguinaldo será inflada porque a Presidenta não se deslocaria à terra natal do auxiliar para desanca-lo ou omitir elogios que irão catapulta-lo ao estrelato de quinta grandeza no sistema do Planalto, talvez até provocando ciumeiras em outras lideranças.

Não são poucos os integrantes de partidos adversários – como PSDB e PPS, entre outros – que defendem o fortalecimento de Aguinaldo Ribeiro para que alcance patamares mais altos e se contraponha a Cássio Cunha Lima, Ricardo Coutinho e outros igualmente bem votados nos últimos tempos.

O discurso político do Ministro, quando desembarca na Paraíba, reflete bem o seu estilo conciliador, mas sabe-se que fora dos holofotes se mexe com impressionante desenvoltura. Filho de peixe, peixinho é, diz o provérbio popular. Adota o mesmo estilo do pai, ex-deputado Enivaldo Ribeiro.

Em 2014 estarão em jogo, nas eleições gerais, dois importantes espaços políticos: a principal cadeira do Palácio da Redenção e a cadeira de senador hoje ocupada por Cícero Lucena. O desempenho de Aguinaldo pode guindá-lo a um desses desafios ou convencê-lo que ainda não é hora de voo alto. A não ser que Dilma resolva recompensá-lo e investir firme no desenvolvimento do projeto do seu ministro.

PERDA NO DESCONTO
Essa é exclusiva: saiu do forno da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, um estudo que desembarcou no gabinete do senador Vital do Rêgo na manhã desta quarta-feira (23): dos 20% de desconto que a presidenta Dilma Rousseff dará nas contas de energia elétrica, os paraibanos vão perder no mínimo 45% com a decisão do Governo do Estado da Paraíba em alterar as alíquotas do ICMS incidentes sobre as contas de luz. 

VICE-LÍDER
O prefeito Luciano Cartaxo (PT) ainda não definiu quem será o vice-líder da bancada governista na Câmara Municipal de João Pessoa para eventuais substituições do líder Ubiratan “Bira” Pereira. Dois parlamentares “escolados” – o ex-líder Bruno Farias (PPS) – e Raoni Mendes (PDT) estão no páreo, mas outro vereador – de primeiro mandato – corre por fora.

JUSTIÇA
De parabéns a desembargadora Fátima Bezerra pela escolha da jornalista Marcela Sitônio, atual presidente da Associação Paraibana de Imprensa, para ocupar a coordenação da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça a partir de 1º de fevereiro. O elogio não é fruto do corporativismo, mas do reconhecimento da competência de uma profissional que tem dignificado os espaços que ocupa e, também, por optar pela profissionalização da área nem sempre bem vista pelas autoridades paraibanas.

ENTENDIMENTO
Marcela vai assumir a assessoria do TJ, mas pretende ficar apenas uns três meses longe da API. Quer dar continuidade à obra de recuperação do prédio da Visconde de Pelotas e, para isso, manteve entendimentos com o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, que vai se debruçar sobre o assunto quando voltar de Brasília.

EXCESSO
Tudo indica que há exagero de assessoria na tentativa de manter o senador Vital do Rêgo (PMDB) em destaque na mídia paraibana. Todos reconhecem que o parlamentar é um dos mais atuantes do Congresso Nacional, tem se desincumbido de suas missões com eficiência e que o papel da assessoria é esse mesmo, mas querer transformá-lo num “liquidificador” onde se trituram diariamente diversos fatos é, no mínimo, forçar a barra. Com todo respeito.