A Menina Abduzida

Bruno Filho

A primeira semana do ano de 2013 não poderia ser mais movimentada para a Segurança Pública do Estado. Além dos casos de homicídios, apreensão de drogas, assaltos e arrombamentos com explosivos dos caixas eletrônicos surgiram dois outros que movimentaram a opinião pública de todo o Estado e do país. Um deles elucidado e o outro ainda longe de ser resolvido.

Sobre a elucidação do assassinato do rapaz de Santa Rita surpresas ocorreram, pois a princípio falava-se em latrocínio embora os indícios não indicassem um crime deste tipo. O fato dos atributos físicos do modelo, a proximidade de seu casamento, levantaram dúvidas não só da autoria como também de quem poderia ter “encomendado” a morte.

A polícia trabalhou e em menos de um mês solucionou o caso com a prisão dos 3 envolvidos que teriam recebido 500 reais para cometer o assassinato. A mandante, uma jovem que seria apaixonada pela noiva de Dalmi, e que não estaria aceitando o casamento, então optou pelo pior. Além da vida custar muito pouco, o motivo foi tão torpe quanto a explicação dada por ela.

Segundo depoimento a intenção não era de matar, apenas deixá-lo deficiente para sempre. Um tiro deveria ser dado na perna e assim impedí-lo de andar e outro nos testículos para torná-lo infértil. Quer mais maldade do que essa ? Um crime bem pior, se é que existe quantificação de crimes, do que matar por um suposto amor platônico.

De outra parte o sumiço da pequena Fernanda, o que justifica o título dado à coluna, que como num passe de mágica simplesmente desapareceu e ninguém viu aboslutamente nada. Não há uma testemunha sequer, uma imagem, um som que tenha sido ouvido, um choro, um grito o que seria pertinente a uma menina de 11 anos quando abordada por um desconhecido.

A linha de investigação, a principio, partiu para ouvir denuncias por telefone, trotes e que não deram em nada. Com isso a família se desesperou e passou a seguir todas as informações, cada dia mais se frustrando com locais e fatos inventados por quem certamente não tem um coração batendo no peito e se presta a este papel de mentir num caso tão grave.

Ao redor do colégio e do bairro parece que não foram feitas grandes “varreduras” como deveria. Tanto que através de uma denúncia ao pé do ouvido um capitão da PM foi informado da presença de um estranho no próprio terreno da escola, o qual teria chegado recentemente à Capital e viveria isolado como zelador de uma Igreja das proximidades, no mesmo bairro.

Com ele foram encontrados materiais pornográficos volumosos ao lado de filmes infantis… Não sendo uma prova determinante é um indício fortíssimo, já que não seria comum um homem evangélico e que trabalha em uma Igreja evangélica se juntar a material pornográfico ao invés de estar ao lado de sua Bíblia Sagrada que me parece a companhia adequada.

Só que foi preciso uma denúncia para que fosse feita a detenção do suspeito. Sem querer incriminá-lo, nada está esclarecido, não teria sido mais fácil varrer o próprio local do sumiço antes de partir para denúncias ? Não sei. O que sei é que pode ser tarde, pois para psicopatas um minuto é uma eternidade. Nunca se pode ceder espaço e deixar estas aberrações pensarem.

Uma outra linha que parece óbvia seria a imediata abertura do sigilo do celular da criança e de seu computador. Infelizmente através desses aparêlhos eletrônicos da modernidade quase sempre surge o “fio da meada” da maioria dos casos que envolvem jovens principalmente do sexo feminino que estão sujeitas a abordagens e violações vindas desses anormais.

Como não sou da polícia, sou apenas um jornalista, cabe a mim analisar e tentar ajudar, não desvendar crimes. Contudo dá a impressão de que a garota foi abduzida. Lógico que se trata de um eufemismo, caracterizado pela falta de informações. Afinal de contas a nossa cidade não é tão grande assim para não haver um só indício, sabemos que a polícia trabalha aliada a seus informantes.

Que a família possa ter um pouco de paz , mesmo que seja quase impossível neste momento, e que aqueles que insistem em enganar os pobres pais e amigos com informações infundadas possam colocar a mão na consciência para entender o quanto é nocivo ao ser humano estar a procura de alguém e não saber se este alguém ainda existe fisicamente.

Bruno Filho, jornalista e radialista, pai e à espera de ser avô, muito triste com tudo isso !