A maldade dessa gente é uma arte

Rubens Nóbrega

Sugestão de Bicho Bom ao Ricardus I:

– Majestade, aproveite as escolas que o senhor está fechando e as transforme em cadeias. Com isso, o senhor mata dois coelhos: ocupa prédios públicos desocupados e reduz a superlotação carcerária na Paraíba.

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De Gosto Ruim, fazendo previsões sombrias para o desfecho de certa investigação na Justiça Eleitoral sobre certa desapropriação de uma área de preservação permanente da Capital que, mesmo inindenizável, custou R$ 11 milhões aos cofres públicos:
– Quando isso terminar, camarada, não se admire se os envolvidos ficarem de mala e cuiá na mão.

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De Potinho de Veneno e sua prodigiosa memória, sobre a ameaça de bomba no Centro Administrativo do Estado, anteontem, na Capital:

– Camarada, essa bomba me lembrou o atentado à secretária Roseane Meira, o bateu catolé dos fogos de artifício do réveillon, a invasão dos computadores da Prefeitura e o arrombamento da sede do PSB, seguido do sumiço do computador onde fizeram a famosa ata contra o deputado Guilherme Almeida.

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Já dizia o lendário Alfredo Pessoa de Lima, há 60 anos, talvez profeticamente:
– A Paraíba não tem socialistas, tem sucialistas.

O neologismo criado pelo famoso advogado deriva, por óbvio, de súcia. E súcia, ensinam os Professores Houaiss e Aurélio, é o mesmo que malta, bando, quadrilha, camarilha…

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Disse na coluna de ontem (‘Contra o impeachment’):
– … acredito no princípio segundo o qual a dor ensina a gemer e, sentindo a dor da decepção que até agora tem sido esse governador, o povo que o elegeu aprenda a não se deixar enganar outra vez.
A respeito de dores e gemidos, Lex, um amigo do tipo que perde o colunista, mas não a piada, mandou dizer:
– Gosto de gemer sem sentir dor. Voto a favor.
A propósito de impeachment
Sobre o assunto, com a seriedade que lhe é inata e a gravidade que lhe é peculiar, escreveu-me ontem o estimado Professor Menezes o comentário que com muito gosto compartilho a seguir.

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Caro Rubens, permita-me discordar um pouco do seu ponto de vista sobre o pretenso impedimento do imperador Ricardus I, pois que em regimes absolutistas como o que nós vivemos é uma hipótese inconcebível.
Sob essa ótica, o seu posicionamento se torna inconsistente, pois desnecessário, já que a premissa é falsa.
Sonhemos, pois, que vivêssemos em uma verdadeira democracia. Aí, sim, a premissa seria verdadeira e mais uma realidade política de tanto valor quanto o voto.
Isso porque permitiria ao eleitor verificar o quanto errou ao eleger aquele político que não cumpre suas promessas e compromissos de campanha.
Permitiria mais. Permitiria ver o quanto o comportamento do eleito está causando tantos problemas à comunidade que o elegeu, ensejando o processo para afastá-lo o mais breve possível, para evitar que continue sua trajetória nefasta, causa de prejuízos irreversíveis ao Estado e ao seu povo.
No meu entender o instrumento do impeachment é legítimo, mas, infelizmente na conjuntura política brasileira é inconcebível e imaterializável.
Digo dessa forma porque o foro constitucionalmente previsto é o mais incompetente e inconsequente, como bem vemos em ocasiões e oportunidades as mais diversas, como, por exemplo, na análise de tomadas de contas de gestores públicos que são condenadas pelos Tribunais de Contas e são aprovadas por esses parlamentares.
Quem julga o governador
Segundo o jurista George Marmelstein Lima (georgemlima.blogspot.com), o processo de julgamento de um governador por crimes de responsabilidade deve ser feito pela Assembléia Legislativa com base na Lei 1.079, de 10 de abril de 1950.
Também conhecida como Lei do Impeachment, a 1.07950 é a mesma que define os crimes de responsabilidade e regula o julgamento do Presidente da República e seus ministros, ministros do Supremo Tribunal Federal, Procurador Geral da República e Secretários de Estado.
Estragou minha campanha
Quando já me preparava para lançar no Twitter o FalaCássio, eis que o senador falou. Quer dizer, ‘twittou’. Para lembrar que no seu tempo de governador não se fazia o mal sem olhar a quem, como o atual governante faz com prestadores de serviço.