A hierarquia da "Bola"

Bruno Filho

Dois lugares são pródigos em respeitar a hierarquia: quartel e campo de futebol. Não adianta querer mudar. O mundo da bola vive assim desde que foi criado no final do século retrasado. Quem pode manda e quem tem juízo obedece. O que vimos no amistoso entre Brasil e Inglaterra foi uma prova de que esta autoridade ainda está em voga, vale muito.

Em primeiro lugar viu-se em campo o jogador considerado melhor do mundo por muita gente acanhado, sem fazer as jogadas que dele se esperava, sem a agilidade pertinente, parecendo um iniciante e ele já é muito experimentado. Por quê? Fácil de explicar. Já que estamos escrevendo sobre Neymar, vamos completar afirmando que todas as vezes que Ronaldinho Gaúcho está em campo ele desaparece.

Quando ainda era mais menino do que é, declarou-se fã número 1 do “Foca Amestrada”, aliás ele e milhares de garotos. De repente se encontra ao lado do seu ídolo e some, fica diminuído e não consegue render. A culpa não é do “Erro 10”, a culpa é de quem o endeusa. Se convocado ele deve jogar, problema e questionamento deve ser feito a quem o convoca.

Fez um Campeonato Brasileiro muito bom, mas não é prerrogativa para voltar a ser o 10 do Brasil. Além de nada realizar, ainda atrapalha a renovação, deixando um Lucas no banco de reservas e um Ganso sem lugar no time quando estiver recuperado. Toma de Oscar a camisa 10 sagrada que é do garoto do Chelsea. Então Felipão, chega de Ronaldinho, pare com isso.

Agradecemos muito a vida pregressa do dentuço, mas não precisamos mais de suas firulas improdutivas e sem direção, suas “caras e bocas” e seus gestos dissimulados tentando convencer de que esta tudo bem, e não é verdade. Sei que não é esse santinho todo que quer transparecer a mídia em geral, instruído pelo seu irmão-empresário-espertalhão Assis.

O penalti não era ele quem tinha que bater. Quem deveria bater era Neymar. Afinal não é o garoto do Santos recordista de gols com a idade de 21 anos? Iria fazer o seu número 150. Está batendo bem os que aparecem pela Vila Belmiro, está com moral elevado e é menos conhecido dos adversários estrangeiros que estudam as cobranças.

Porém a hierarquia não deixa…coisa incrível, o homem pega a bola para bater e ninguém diz nada e nem tem coragem para isso, nem o badalado Neymar. E assim nós continuamos com o pensamento de 100 anos atrás. Espero que esta experiência tenha servido para Luiz Felipe raciocinar que já deu…chega de Ronaldinho. Que ele continue no Atlético, mas não na Seleção.

Antes que eu me esqueça, foi um jogador que chegou a ter muitos bons momentos no passado, até melhor do mundo já foi. Não seria eu quem iria desmerecer toda uma história. Só que a mim nunca convenceu. Vi gente muito melhor em 50 anos de bola, nem vou citar quem porque são muitos. Afirmo ainda o que já falei e escrevi centenas de vezes…

Aquele gol da Copa em 2002 contra a própria Inglaterra foi sem querer…eu já estive lá dentro, difícil me enganar.