A geração perdida

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Marcos Tavares

O ministro Joaquim Barbosa é uma rara exceção. Pobre, de cor, conseguiu chegar às grandes universidades do mundo e presidir nossa Corte principal. Mas é uma exceção. Milhares de outros Joaquins, de bairros periféricos devem estar hoje lutando em seus subempregos, contando o mês para avaliar o salário, tudo fruto da baixa instrução que lhes foi dada – ou negada – pelo Estado. Com um sistema educacional arcaico, pouca carga horária, professores desmotivados e um currículo fora da realidade jamais chegaremos ao rol das grandes nações, pois para isso se necessita uma população educada e treinada.

Vivemos remendando nosso tecido social sem atacar de fundo os problemas. Por termos uma escola pública ruim, criamos cotas, cotas para negros, para índios, para pobres. Ou seja, nivelamos por baixo, reconhecemos nossa derrota e facilitamos a entrada desses jovens despreparados numa universidade mais despreparada para acolhê-los. Criamos um círculo vicioso onde a formatura não significará o preparo profissional nem a excelência de desempenho e sem isso ninguém enfrenta as dificuldades de um mundo cada vez mais competitivo.

A escola pública já foi risonha e franca e até boa. Algo se partiu no nosso sistema educacional que hoje é medido pela quantidade de matrículas, não pela qualidade do ensino que oferece. Enem, vestibular não medem nada além da nossa ineficácia na educação, um poço sem fim por onde escoam nossas esperanças de dias melhores. Até isso acontecer, os Joaquins da vida serão exceções, cérebros privilegiados que conseguiram, apesar de todas as dificuldades, penetrar nesse mundo de letrados.

Inteligência

É totalmente inviável pensar em manter um batalhão em cada cidade do interior, como é inviável querer que a polícia abandone a comunidade e passe a dar segurança apenas aos agentes financeiros.

O que pode acabar essa escalada de assaltos a bancos e explosões de caixas é um trabalho de inteligência interligando todo o Nordeste para rastrear as quadrilhas, descobrir quem fornece as armas e de onde partem os comandos para esse tipo de operação.

Sem isso as polícias vão ficar sempre atrás dos bandidos, chegando depois dos assaltos e impotente para combater esse tipo de delito. Inteligência se faz com gente capacitada e equipamento.

Poderes

Nenhum governo conseguiu equacionar o problema que se cria entre quem faz a comunicação e quem paga as despesas. Uma secretaria autoriza, mas a outra paga e quando esse pagamento não é pontual diminui sensivelmente o poder de barganha de quem controla a mídia oficial.

Nesta administração, tanto Estelizabel, da Comunicação, como Aracilba, das Finanças, são possíveis e prováveis candidatas a um mandato de deputada.

E em sendo assim a disputa começa dentro de casa para ver quem pode mais.

Escalada

O crime depende do castigo. Quando os bandidos notam a insuficiência ou inoperância da área de segurança vão aumentando gradativamente a escalada do crime.

Começaram com saidinha de bancos e já vão tomando cidades. O que virá agora?!

Teste

O governador Ricardo Coutinho vai ter de mostrar força na Assembleia para não ter derrubado seu veto à proposta de aumento dada pelos parlamentares.

Sua bancada é difícil de ser contada, pois muda de acordo com a ocasião.

Casquinha

Todos querem seu quinhão de glória em cima da violência que campeia no Estado.

Major Fábio diz que já havia avisado ao governo sobre a escalada de assaltos. E quem não sabia disso?

Disputa

No próximo ano a briga por uma cadeira na Assembleia vai ser mais apertada.

Diminuíram as vagas e aumentou o número de postulantes.

Retorno

Sou pelo retorno da operação Manzuá, mas com outro desenho.

Do jeito que estava era um posto de cobrança de pedágio e em nada ajudava a segurança da Paraíba.

Turistas

Desconfio muito que esse Polo Cabo Branco saia um dia do papel.

Os lotes até agora só serviram para especulação imobiliária de seus proprietários.

Frases…

Chances – Noivado é a última oportunidade de se manter livre que Deus lhe dá.

Viajando – Quando a estrada é ruim, ninguém faz uma boa viagem.

Dominical – A segunda é o preço que se paga pelo final de semana.