Marcos Tavares
Historicamente o Nordeste é o filho bastardo desse país. Terminado o período colonial, quando a cultura do açúcar fez destacar-se a região, o eixo de desenvolvimento passou para o Sudeste e nunca mais retornou ao Nordeste. A migração estrangeira, a industrialização e a força política fizeram do Nordeste um incômodo apêndice que o resto do Brasil tolera e que no máximo, fornece material artístico e uma cultura rica. Economicamente, somos um zero à esquerda e isso continuará por muitos anos com o tipo de geração que estamos criando para o futuro, completamente desaparelhada para enfrentá-lo.
O recente estudo feito pelo TCE em parceria com a UFPB mostra um quadro negro da educação básica na Paraíba. Professores desqualificados, currículo ultrapassado, alunos desmotivados e principalmente muita pobreza – financeira e intelectual – concorrem para que a geração que formamos vá por muitas décadas carregar massa para mover o progresso de São Paulo. Em plena época da informática ensinamos a carta do ABC e desconhecemos olimpicamente que o futuro vai pertencer a quem dominar melhor as novas ferramentas de trabalho.
O que esperar de uma geração que muitas vezes tem na merenda escolar sua única refeição decente? O que esperar de pais que são obrigados a tirar filhos da escola para que eles ajudem no sustento da família? Que expectativa terá um estudante do interior paraibano competindo com a garotada sulista educada em escolas refinadas onde a tecnologia é uma constante? Não temos muito que esperar e temos muito a lamentar e a essa lamentação poderíamos juntar a vontade política de modificar essa situação, se não para salvar essa geração já perdida para tentar mudar as outras que ainda virão.
Fico
Maranhão ganhou a queda de braço dentro do PMDB, o que significa que a legenda não será oxigenada por novas lideranças.
O PMDB está acumulando derrotas sucessivas, o que gerou uma crise interna em que Wilson Santiago e Gervásio Maia foram os principais adversários de Maranhão.
O problema foi contornado em nome de uma pacificação que não existe. O que se fez foi adiar a briga mais séria para as proximidades da eleição.
Onde, com certeza, Maranhão vai querer figurar.
Assombrado
O secretário-geral do PT nacional, Frateschi, saiu daqui assombrado com o clima reinante dentro do partido. Nem sua presença foi respeitada e, em tumultuada reunião, petistas mostraram as feridas abertas que nunca cicatrizam.
A história do PT paraibano é uma história de brigas, disputas e conflitos internos que nunca deram ao partido o realce que ele tem nacionalmente.
Uma briga difícil de acabar.
Histórico
Terminou o julgamento do mensalão, um evento histórico que marcará para sempre o Brasil.
Pela primeira vez a corrupção em altos escalões foi desnudada e exposta aos brasileiros.
Espírito
O espírito de Natal baixa rapidamente sobre o governador Ricardo Coutinho e ele promete pagar o 13º dos bolsistas.
Em contrapartida anunciou que aumento dos barnabés depende ainda de estudos e viabilidade.
Olho da Rua
O vereador Bira, com vida tumultuada desde que saltou do coletivo ricardista, tem expulsão do PSB anunciada para este ano.
Bira já deve comer o peru sem o tempero socialista.
Humildade
É um velho costume na política dizer que está à disposição dos partidos e dos companheiros.
Anísio Maia usa essa surrada fórmula para se insinuar na presidência do PT paraibano.
Diáfana
Marcus Alves, futuro secretário de Comunicação da prefeitura da capital, começa pelo óbvio.
Diz que sua gestão será transparente como véu. Danado é que o véu que cobre também esconde.
Ecologia
Capitania dos Portos vai intervir nos passeios diários para Picãozinho.
O número máximo de visitantes por dia, duzentos e quarenta, está sendo desrespeitado.
Frases…
Grupal – Quem peca a dois divide a culpa.
Tempero – Mesmo com a perspectiva do pré-sal o preço da gasolina está salgado.
Soprando – Velinhas e velhinhas. Não aguentam um sopro.