Dez meses depois das “Jornadas de Junho”, que deixaram um rastro de destruição pelo País, a Folha de S. Paulo, de Otávio Frias Filho, lança uma ferramenta em seu site, o “protestômetro”, que irá divulgar, diariamente, manifestações em diversos pontos do território nacional; oficialmente, o objetivo é levar informações ao público; mas será que não há também a intenção de estimular protestos?; segundo Mauro Paulino, diretor do Datafolha, o fator Copa, com possíveis manifestações, é o que torna imprevisível a eleição de 2014
A exatos dois meses da Copa de 2014, a Folha de S. Paulo, jornal comandado por Otávio Frias Filho, lança uma ferramenta em seu site batizada de “protestômetro” (leia mais aqui). O objetivo declarado é levar aos leitores informações sobre manifestações em diversos pontos do País.
Neste fim de semana, em entrevista às páginas amarelas da revista Veja, o sociólogo Mauro Paulino afirmou que as eleições de 2014 serão imprevisíveis e destacou dois pontos relevantes: o fator Copa e a possibilidade de repetição de grandes protestos, como os ocorridos em junho do ano passado (leia maisaqui).
Com seu protestômetro, a Folha deixa uma dúvida no ar. Pretende noticiar as manifestações ou também estimulá-las? Abaixo, o texto do jornal que noticia a novidade:
Folha lança ‘protestômetro’ na internet
A Folha lança amanhã, em seu site, o “protestômetro” —ferramenta que vai permitir aos leitores acompanhar diariamente a quantidade e os detalhes de manifestações e greves em dez das principais cidades do país.
Serão acompanhadas as principais cidades das maiores regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Campinas (SP).
Espécie de termômetro antes da Copa, o site será alimentado pela Redação, a partir de informações de órgãos municipais, estaduais e federais, além de movimentos sociais, sindicatos e veículos de informação.
O levantamento de dados do “protestômetro” começou há duas semanas. Nesse intervalo, foram 66 protestos nessas dez cidades, além de 17 paralisações de diferentes categorias de trabalhadores.
São Paulo e Rio de Janeiro lideram o número de protestos no período, com ao menos 15 e 13 manifestações, respectivamente.
Neste mês, o evento de maior destaque foi o aniversário de 50 anos do golpe militar, que levou centenas de pessoas às ruas em todo o país.