63 Anos do Pesadelo!

Bruno Filho

“…Nunca ouvi um silencio tão grande e assustador na minha vida…” esta foi uma frase que permeou a minha juventude e que eu ouvi de um homem com lágrimas nos olhos, olhando para o nada e sem conseguir explicar o que havia acontecido.

Ora, o silencio não pode se ouvir, ledo engano, esse silencio foi ouvido e sentido por mais de 200 mil pessoas dentro de um mesmo ambiente, quando tudo parecia consumado. Tudo estava concluído, o dia do sonho tinha chegado.

Este silencio sepultou a vida de vários homens de bem, um deles inclusive nunca mais teve sossego na sua alma, até o dia em que Deus o levou para sempre. Barbosa morreu condenado para a eternidade, sem nunca ter sido ao menos julgado.

Veja a importância que tem o futebol, esse futebol que mexe com a alma das pessoas, tornando-as egoisticamente individualistas, faz com que ela s desejem mal a outros semelhantes, dá inúmeras alegrias mas provoca discórdias e até mortes.

Este homem, o mais caro que eu tive na minha vida estava lá, empunhando galhardamente um dos maiores microfones da história do rádio. Este homem estava naquele gramado sagrado aonde uma folhinha de grama hoje valeria uma fortuna.

Tudo foi perdido numa arrancada pela direita que deixou nosso zagueiro para trás e enganou nosso goleiro. Uma jogada que nem os uruguaios até hoje acreditam ter acontecido. Em alguns momentos os celestes sentiram-se mais tristes do que nós mesmos.

Naquela noite todos saíram para beber juntos, o o grande capitão Obdúlio Varella chorou ao encontrar Jair e Zizinho. Roque Máspoli incorfomado e feliz do alto de seus 2 metros de altura tentou e não conseguiu conversar com Barbosa.

Foi algo sem precedentes para todos. Naquele dia muitas almas morreram em vida, outras tantas abandonaram o gosto pela bola e outras ficaram paralisadas como estão até hoje. Se puderem ouçam o link, eu não consigo escrever mais nada.