Há apenas dois dias, o presidente da Câmara foi alvo de mais um denúncia. Em sua delação premiada, o empresário Ricardo Pernambuco, dono da Carioca Engenharia, confessou ter pago a ele uma propina de R$ 52 milhões, em 36 parcelas.
Neste domingo, será Cunha, um dos políticos mais corruptos da história do País, o regente de um espetáculo grotesco. Depois de definir as regras a seu bel-prazer, marcando uma votação de impeachment para uma tarde de domingo sem futebol, ele poderá liderar o afastamento da presidente Dilma Rousseff, que teve 54 milhões de votos e é reconhecida como honesta até por seus adversários.
Num mundo normal, Cunha já teria sido afastado por seus pares, na Câmara, ou pelo Supremo Tribunal Federal. Mas, como bem definiu a Organização dos Estados Americanos, tudo está ao contrário no Brasil. São os corruptos que julgam a presidente honesta, tese que foi estampada nos mais respeitados jornais do mundo, como New York Times, El Pais, Guardian, Independent e Washington Post.
De onde vem, portanto, a força de Cunha? De um lado, ele se aliou aos derrotados na eleição presidencial de 2014, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que estarão para sempre associados a um movimento golpista liderado por um corrupto. De outro, ao que tudo indica, os esquemas Cunha não arrecadavam recursos apenas para o deputado, mas sim para toda uma bancada mantida por ele.
Ontem, o deputado Silvio Costa tocou na ferida, ao dizer que o parlamento brasileiro tem medo da maior de todas as delações premiadas: a de Eduardo Cunha. É daí que vem a sua força, que pode ser capaz de destruir a democracia brasileira.
Fonte: Brasil 247