47% dos eleitores de JP são de outras cidades

Do total de cidadãos aptos a votar em João Pessoa, 47,7% são naturais de outras cidades. A incidência cada vez maior desse eleitor radicado tem acarretado mudanças gradativas no perfil eleitoral da capital paraibana. O cientista político e professor de história da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Jaldes Meneses, alerta que os futuros candidatos a prefeito, mais do que os postulantes a uma vaga na Câmara Municipal em 2012, devem levar em consideração essas particularidades.

Segundo ele, a chamada “oligarquia política” está enfraquecendo e dando lugar à participação popular. “João Pessoa, historicamente, se caracteriza como uma cidade cosmopolita, com uma população formada por pessoas naturais de outros municípios. Com a modernização do Nordeste, isso se acentuou mais, porque houve maior investimento de empresas e da universidade. Todas essas mudanças vão minando o domínio das formas tradicionais e oligárquicas, que praticam uma política de massa”, explicou Jaldes Meneses. “Considero essa alteração até um aspecto positivo”, analisou.

Segundo o cientista político, os eleitores radicados em João Pessoa estão abrindo espaço a outros tipos de representatividades. “Lógico que ainda existem as políticas tradicionais, mas também há participação agora da sociedade civil organizada”, comentou.

A mudança tem outro aspecto, que é o de exigir mais dos políticos do Executivo e do Legislativo. “A política fica mais complexa, funciona como uma teia de interesses, exigindo mais competência dos políticos. Eles têm que saber lidar com a situação do ponto de vista intelectual e técnico. Ou seja, precisa se recauchutar”, alertou.

Quando Jaldes fala em João Pessoa, ele também estende a mesma tendência às cidades mais próximas da capital e que fazem parte da região metropolitana, como Cabedelo, Bayeux e Santa Rita.