40 Anos em 6 Mêses: Êita ! "baixinho arretado".

Bruno Filho

Quando eu aportei em João Pessoa, lógicamente procurei tomar conhecimento do que acontecia no meu ramo de atuação, ou seja, jornalismo em geral. Comecei a conhecer de perto as emissoras e veículos diversos, até que houve o primeiro contato com a Rede Paraíba de Comunicação através da figura de um cidadão que me pareceu a princípio elétrico e ligado em alta voltagem.

Em 5 minutos de conversa ele conseguiu ser honesto, esclarecedor, pouco fantasioso, sincero e objetivo no meu modo de enxergar. Gostei muito e enchi meu coração de esperança, que veio ser concretizada alguns dias depois com o convite recebido para integrar esta empresa de grande porte do Nordeste brasileiro no que concerne à comunicação.

Estou falando de um gênio da comunicação chamado Gutemberg Cardoso. E tenham certeza eu já conheci muitos gênios em 40 anos de profissão. Tenho a mais absoluta certeza que convivo com um deles. Em 6 meses, eu aprendi mais do que nos outros 39 anos e meio entre jornais, rádios e na televisão aonde atuei no Sudeste do país.

O motivo pelo qual eu digo é simples. Todas as vezes que eu entrava na sua sala ou o encontrava entre redação e estúdio com algo na cabeça para falar lá vinha ele exatamente com o assunto que eu iria tratar. Parecia ler meus pensamentos, inacreditável, e não aconteceu uma vez só não, aconteceu muitas vezes neste pequeno espaço de tempo.

Aprendi a admirá-lo e acima de tudo ser seu ouvinte. Eu já não o considerava chefe, considero um amigo e virei seu fã. Tenho a convicção inequivoca que brilharia em qualquer rede de comunicação do Brasil, com sua capacidade de avaliação, absorção de fatos e aglutinação de equipe. Controlava mais de 30 pessoas da mesma maneira que apresentava com rapidez as soluções.

Um gigante na maneira simples de tratar 10 assuntos ao mesmo tempo, com 10 pessoas diferentes. Nunca fechou a porta de entrada do escritório e sentava-se numa mesa absolutamente democratica. Enfim, não há como descrevê-lo. O que há é a facilidade de elogiá-lo e tentar imitá-lo. Como seria bom, se todos nós pudessemos adotar o “estilo Gutemberg” de ser.

Com o encerramento do projeto da Paraíba FM, brilhantemente comandado por ele, a expectativa é de que retorne logo aos meios de comunicação para voltar a nos ensinar o verdadeiro jornalismo e como fazê-lo num lugar tão difícil, aonde as vaidades políticas são enormes e o respeito entre os poderes não me parecem ser o fator mais qualificado nesta história.

Para não ser extenso, e nem quero, vou resumir tudo o que aprendi com este cidadão lembrando de algo que não tem nada a ver com o trabalho. Quem sou eu para explicar o que é Gutemberg para seus milhares de fãs espalhados por todos os cantos e que o conhecem muito mais a fundo e há muito mais tempo. Quero me ater a um fato que vivi a seu lado e não faz muito tempo.

Numa das festas de final de ano, e foram muitas, ele recebeu a visita de sua mãe, que se chama Joana, ou Dona Joaninha. Uma senhora muito viva, apesar da idade, antenada e querida por todos os amigos da redação. Fui apresentado a ela e imaginei que iria apenas beijar seu filho e ir embora descansar já que estava vindo de Cajazeiras.

Nada disso. Ficou com o filho o dia inteiro. Ele a levou para o estúdio na hora de apresentar o Polêmica, tirou fotos o dia inteiro, e em seguida para um almoço de Ronaldo Belarmino em louvor a CBN. Lá sentou-se ao meu lado e almoçou com a mãe. Até aí nada demais, porém o carinho com que ele tratou a senhora me surpreendeu.

Perguntou a Dona Joaninha muitas vezes se ela estava satisfeita, colocou comida no prato dela, riu e conversou com a mãe como se fosse no passado. Um menino que acabava de chegar da escola. Eu com meu senso de observação bem aguçado me espantei até porque não tenho a minha mãe há 24 anos, 3 meses e 4 dias, desde que ela se foi.

Quem trata a mãe dessa maneira só pode ser especial. E isso não é tudo. Não sei quantos filhos ele tem, já ouvi alguns números. O que sei é que todos os dias ele publica fotos de todos, a quem chama de princesa, rainha, rei e por aí vai. Então, quem é bom filho e bom pai só pode ser bom profissional, o coração é abundante de bondade e os dias são mais leves.

Espero ter explicado à minha maneira quem é Gutemberg Cardoso. Com a permissão dele eu espero. Ah ! esqueci do título da coluna, os tais 40 anos em 6 meses. Imagino que expliquei profissionalmente. Vou mais longe…na vida foram 56 anos em 6 meses, ele me ensinou muito e espero que continue. Obrigado Gutemberg, você rejuvenesceu algo que estava envelhecido.

Bruno Filho, jornalista e radialista, que aprendeu e cresceu profissionalmente e espiritualmente.

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