30 anos sem Margarida

fotoNonato Guedes

Uma data emblemática hoje: o transcurso dos 30 anos da morte da líder sindical Margarida Maria Alves, na cidade de Alagoa Grande. Lembro bem do fato. Eu era editor de ‘A União’ quando fui avisado da notícia. Meu chefe de reportagem era Sebastião Barbosa, parente de Severino Cassimiro, o marido de Margarida.

Barbosa escreveu, depois, o livro ‘A Mão Armada do Latifúndio’, que mereceu destaque no Jornal do Brasil e foi lançado no Congresso Nacional, em evento coordenado pelo tribuno e deputado Raymundo Asfora.

Mesmo sendo órgão oficial, ‘A União’ foi quem deu a melhor cobertura jornalística. Basta consultar os arquivos. Três pessoas se revezaram na cobertura: Hilton Gouveia, José Euflávio e Sebastião Barbosa, sob a minha supervisão. Pipocaram ameaças de morte contra os jornalistas. O inquérito policial foi mal conduzido. Deu-se uma volta olímpica para não incriminar proprietários rurais envolvidos. Até ciganos foram presos em manobra de despistamento. O ex-governador Wilson Braga deu pleno apoio a investigações rigorosas. Parodiando Asfora, no discurso-libelo quando da morte de João Pedro Teixeira: ‘Inútil matar camponeses. Eles sempre viverão”.